Desobedecendo recomendações do órgão
americano que regulamenta medicamentos, ele esfregou a substância na
pele e até a bebeu. "A mudança foi tão gradual que nem eu, nem as
pessoas que convivem mais tempo comigo perceberam. Uma vez,
entretanto, um amigo que me visitava na casa de meus pais,
perguntou: 'O que você fez?'", lembra. O homem azul mudou de casa -
do estado americano do Oregon para a Califórnia - e tenta evitar
lugares públicos.
Outro caso
Rosemary Jacobs, 67 anos, também americana, tentou, ao longo da
vida, vários tratamentos para voltar à cor normal, mas não
conseguiu. Ela afirma que também tomou o prata coloidal quando tinha
11 anos, por sugestão de médico, para curar resfriado persistente.
Três anos depois, reparou que estava azulada.
Um dermatologista a diagnosticou com
argíria, alteração da cor da pele causada por uso prolongado de sais
de prata. O especialista disse que a mudança era permanente.
Jacobs se diz traumatizada. Já
Karason parece animado: "Bebi depois de mudar de cor, mas em
quantidade menor". Jackie Northup, sua namorada, diz que ficou
impressionada no início, mas agora só se incomoda quando pessoas na
rua ficam encarando o amado. A coloração diminuiu depois que Karason
se submeteu a tratamento de câncer de próstata. Até 2008, ele
afirmava que nunca havia consultado médico por causa da cor azul.
Um alerta contra a
automedicação
A médica Annie Levy, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, conta
que os únicos casos de paciente azulados aconteceram quando eles
tomaram medicamentos para outros tipos de doença, como pressão
arterial. Mesmo assim, o fenômeno foi temporário. Ela, no entanto,
faz um alerta contra a automedicação: "Pacientes que usam remédios
para dermatite indiscriminadamente podem fazer com que os
medicamentos percam o efeito com o tempo, ou causem atrofia e
afinamento da pele".