"Preocupa-nos em geral o desejo
manifesto da Venezuela de desenvolver seu arsenal de armas, pois
acreditamos que representa um sério desafio à estabilidade na
América Latina", declarou Kelly em uma entrevista coletiva.
Na sexta-feira passada (11), Chávez
anunciou a compra de "foguetinhos" russos, mísseis com alcance de
até 300 km. Em um ato público, Chávez disse que os mísseis russos de
médio alcance, que "não falham", foram adquiridos para a defesa e
não para "atacar ninguém".
A Venezuela, que obteve um crédito de
US$ 2 bilhões de dólares para a compra de armamento da Rússia,
comprou ainda 92 tanques T72 e um número não determinado de mísseis
antiaéreos russos.
Nos últimos anos, a Venezuela comprou
muitos equipamentos militares russos, como 24 caças-bombardeiros
Sukhoi-30, 50 helicópteros MI-17, M-26 e M-35 e 100 mil fuzis AK,
tudo isso por mais de US$ 3 bilhões, segundo fontes russas.
Washington também está preocupado com
os vínculos entre o regime iraniano, condenado internacionalmente
por suas ambições nucleares, e o governo de Chávez, advertiu Kelly.
"Vimos informações da imprensa a
respeito. A Venezuela firmou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e
tem algumas obrigações", explicou Kelly. "Certamente, vamos
acompanhar isso de perto", acrescentou.
"Exigimos que a Venezuela seja
transparente em suas compras, e muito clara em relação ao objetivo
dessas compras. E também queremos que estabeleçam procedimentos e
salvaguardas muito claras para que essas armas não sejam desviadas
para nenhuma organização irregular ou ilegal", completou.