A OMS disse ter registrado 2.837
mortes em todo o mundo, mas observou que muitos casos deixaram de
ser contabilizados.
A agência da ONU está monitorando de
perto o vírus, conhecido popularmente como gripe suína, mas informou
não ter detectado nenhuma mutação que poderia indicar que se tornou
mais letal.
"Não houve mudanças no comportamento
do vírus", afirmou o porta-voz da OMS, Gregory Hartl, em entrevista
à imprensa. "Continuamos registrando um número elevado de mortes
porque estamos vendo muitíssimos mais casos."
Cerca de 250 mil casos já foram
confirmados em laboratórios no mundo todo, mas o número real é muito
superior, já que a OMS deixou de solicitar a notificação de casos
individuais, apenas de mortes.
No boletim anterior da OMS, em 28 de
agosto, havia 2.185 mortes relatadas, o que significa que 652 novos
óbitos foram informados na semana passada.
O vírus pode vir a infectar dois
bilhões de pessoas ou um terço da população mundial, segundo
estimativas da OMS.
Todos os anos, as gripes sazonais
matam entre 250 mil e 500 mil pessoas no mundo, diz a instituição.
Mas o H1N1 persiste em uma temporada de um ano e pode infectar mais
do que um vírus sazonal, elevando potencialmente o número de mortes.
"No melhor cenário que vemos hoje,
ainda teremos um vírus moderado que se prevê que vai causar milhões
de mortes", comentou o médico Tammam Aloudat, alto funcionário de
saúde da Federação Internacional da Cruz Vermelha e Sociedades do
Crescente Vermelho, em uma entrevista paralela a jornalistas.
"Isso significa que mesmo no melhor
cenário, nós temos de fato uma emergência em mãos, uma emergência em
escala diferente da que vimos antes na era moderna", disse ele.
A Federação, a maior rede mundial de
assistência em grandes desastres, lançou nesta sexta-feira uma
campanha informativa para ajudar as comunidades mais pobres a
reduzir a infecção por meio de medidas simples de higiene.
Os fabricantes de medicamentos estão
se apressando para desenvolver vacinas, enquanto especialistas
alertam que uma "segunda onda" do vírus se aproxima, já que começam
as estações frias no hemisfério norte e, consequentemente, a
temporada da gripe sazonal nessa região.