Em agosto, a empresa chinesa Sinovac
Biotech afirmou ter obtido resultados semelhantes com uma única
dose, mas, como não liberou dados sobre a quantidade e a composição
do produto injetado, especialistas tiveram dificuldade para avaliar
o anúncio. A vacina da CSL foi testada em 240 australianos adultos,
metade com menos de 50 anos. Cerca de 96% produziram anticorpos
contra a doença, uma eficiência comparável à da vacina sazonal.
Os efeitos adversos leves também
apresentaram uma incidência semelhante - 45% dos voluntários
relataram dores de cabeça ou desconforto no local da injeção, mas
sem eventos graves. Verificou-se também que doses de 15 e 30
microgramas (que equivale a milionésima parte de um grama)
apresentaram o mesmo desempenho, o que deve possibilitar um
rendimento maior do que o previsto inicialmente. O produto não foi
associado a nenhuma substância que aumenta a resposta imune do
organismo à vacina (adjuvante).
Outro artigo apresenta os resultados
do teste da vacina da Novartis em 175 americanos adultos com menos
de 50 anos. Utilizaram-se doses de 7,5 microgramas associadas ao
adjuvante MF59. No 14º dia após a injeção, a maioria dos voluntários
já havia desenvolvido anticorpos contra o vírus.
O Instituto Nacional de Alergia e
Doenças Infecciosas, nos Estados Unidos, também realizou testes
clínicos de vacinas com 2.800 voluntários. Utilizou produtos das
empresas Sanofi Pasteur e da CSL, que demonstraram eficácia de 96% e
80%, respectivamente. Apenas dez dias depois da injeção, os
voluntários já estavam imunizados. Os Estados Unidos encomendaram
195 milhões de doses da vacina e devem começar a imunizar a
população no início de outubro, segundo informações divulgadas ontem
pelo governo americano. Terão prioridade grupos de risco, como
profissionais de saúde, crianças e mulheres grávidas.
Anteontem, o governador de São Paulo,
José Serra, afirmou que o Instituto Butantã iniciará em janeiro a
produção da vacina contra o vírus H1N1. Para Isaías Raw, presidente
da Fundação Butantã, ainda não é possível dizer quantas doses do
produto brasileiro serão necessárias para garantir a imunização.
"Vai depender dos resultados dos testes clínicos que começam em
outubro", diz Raw. Os pesquisadores do instituto pretendem utilizar
um adjuvante nacional e testarão doses de 7,5 e 3,75 microgramas.
"Com a economia do adjuvante e da injeção única, poderemos produzir
um maior número de doses por ano", afirma Raw.