"A Polônia é nosso grande compromisso
comum. Exige superar o sofrimento pessoal, cumprir com seu dever,
apesar de uma tragédia pessoal", afirmou Jaroslaw Kaczynski no site
de seu partido, Direito e Justiça.
"Por isso, tomei a decisão de
apresentar minha candidatura à Presidência da República da Polônia",
acrescentou.
Desde a morte do presidente Lech
Kaczynski, seu irmão gêmeo não havia revelado suas intenções
políticas.
Nesta segunda-feira, data-limite para
apresentar candidatura, a imprensa polonesa e os cientistas
políticos não duvidavam da decisão do que parece ser o único a
enfrentar o candidato do partido liberal Plataforma Cívica (PO, no
poder), Bronislaw Komorowski, favorito nas pesquisas.
"Não há outro candidato do PiS que
possa passar do primeiro turno" no dia 20 de junho, declarou à AFP
Stanislaw Mocek, cientista político na Academia polonesa de
ciências.
"O líder do PiS perdeu na catástrofe
seu irmão, sua cunhada e muitos amigos, mas nossos interlocutores
repetem: é duro e a política o empurra mais do que nunca à ação",
comentava o jornal de centro-esquerda Gazeta Wyborcza.
No total, 14 candidatos de todas as
frentes se apresentam às eleições. A Aliança da Esquerda Democrática
(SDL, oposição), terceira força política no parlamento, designou na
última semana Grzegorz Napieralski como seu líder.
O favorito é Komorowski, de 57 anos,
chefe de Estado interino após a morte do presidente Kaczynski, de
sua esposa e de outras 94 pessoas próximo a Smolensk, no oeste da
Rússia.
Komorowski se aproxima dos 50% das
intenções de voto no primeiro turno e venceria com folga um eventual
segundo turno no dia 4 de julho, segundo várias pesquisas publicadas
na última semana. Mas a emoção suscitada no país pelo acidente terá
um papel central na campanha, segundo os analistas.
"Jaroslaw Kaczynsski vai armar sua
campanha sobre o trauma sofrido após esse evento, sobre a ideia do
cumprimento da vontade de seu irmão, um testamento político", afirma
Mocek.