Hoje, um produto que ingressa no
Mercosul pelo Paraguai e depois é reexportado para o Brasil, por
exemplo, paga duas vezes o imposto de importação. A eliminação da
bitributação estava prevista no tratado de criação do Mercosul.
A dupla tributação da Tarifa Externa
Comum no Mercosul era vista por especialistas como um grande
entrave.
Durante o encontro desta terça-feira,
Cristina Kirchner passou a presidência temporária do bloco
sul-americano ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Anuncio a aprovação do Código
Aduaneiro, sobre o qual vínhamos trabalhando arduamente durante
anos", disse a presidente no plenário. Representantes dos países do
bloco trabalharam numa corrida contra o relógio para conseguir o
acordo.
"Esta é uma conquista dos quatro
Estados membros, todos fizemos um grande esforço para aprová-lo",
disse Kirchner, em referência aos sócios plenos do bloco -
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
O Mercosul, numa declaração conjunta,
considerou que a aprovação do Código e a distribuição da receita
"constituem passos decisivos no aperfeiçoamento da União Aduaneira".
Segundo o ministério da Fazenda do
Brasil, a eliminação da bitributação é uma forma de acabar com as
assimetrias porque haverá uma redistribuição dos tributos. Com essa
eliminação, o bloco vai de fato estabelecer uma zona aduaneira
comum, como existe na União Européia, e depois fazer uma divisão das
arrecadações, que vai beneficiar os países menos desenvolvidos, e
isso ajudará no combate às assimetrias.