Desde ontem, quando por meio de um
bilhete os trabalhadores disseram que estavam vivos, as autoridades
captaram apenas imagens com uma câmera de TV, sem áudio. A
comunicação via voz foi possível somente nesta segunda-feira.
"Estão bem, todos sãos, não tiveram
nenhum inconveniente, salvo a dor de estômago, e dizem que têm muita
fome", disse Golborne, ao comentar à imprensa sobre este primeiro
contato.
Segundo o ministro, uma das dúvidas
dos homens que estão a 700 metros de profundidade era saber sobre
seus companheiros, que saíram do local pouco antes do deslizamento
de terra. "Quando contamos que todos estavam bem, eles ficaram muito
felizes", relatou.
Os mineiros ficaram presos no dia 5
de agosto, após um desmoronamento fechar o acesso ao local. Desde
então, as autoridades tentavam estabelecer um contato com eles, por
meio de escavações. Ontem, depois de algumas ações frustradas,
conseguiu-se chegar até os homens.
A notícia de que os mineiros estão
vivos foi comemorada em todo o país e, principalmente, pelo
presidente Sebastián Piñera e por familiares dos homens. Os 33 devem
receber comida e líquidos, além de medicamentos, enquanto continuam
as atividades para permitir a saída deles do local, o que poderá
durar cerca de quatro meses.
ALIMENTOS
Por meio de tubos de plástico será
enviado o necessário aos mineiros que permanecem na parte mais
profunda da jazida. As equipes estimam que os mineiros tenham
perdido peso nas últimas duas semanas e por isso os primeiros
alimentos devem ser um gel concentrado com glicose para alimentá-los
rapidamente.
Além dos esforços em torno do canal
de ligação entre a superfície e o interior da mina e o envio de
alimentos, o governo do Chile já se atentou para a necessidade de
garantir o bem estar mental dos trabalhadores que terão de suportar
muitas semanas até que o resgate seja efetuado.
Uma equipe de médicos e especialistas
psiquiátricos chegou ao local na segunda-feira, colocando em prática
um plano para buscar garantir a sanidade mental dos trabalhadores.
"Nós precisamos urgentemente
determinar em que condições psicológicas eles se encontram. Eles
precisam entender o que nós sabemos aqui na superfície, e que levará
muitas semanas até que eles possam ver a luz", explicou o ministro
de Saúde chileno, Jaime Manalich.