Fontes da presidência colombiana
informaram que a reunião ocorrerá no histórico balneário caribenho
onde morreu Simón Bolívar, herói da independência dos dois países.
A reunião foi decidida domingo em
Bogotá pelos chanceleres María Angela Holguín (Colômbia) e Nicolás
Maduro (Venezuela), um dia depois da posse de Santos como presidente
da Colômbia.
Chávez rompeu relações com a Colômbia
no mês passado, depois que o antecessor de Santos, Alvaro Uribe, o
acusou de ser tolerante com a presença de guerrilheiros colombianos
na Venezuela.
Após a posse, Santos disse que estava
disposto a negociar o reatamento de forma direta, e assim dispensou
a mediação de outros governos.
Durante a campanha eleitoral, o novo
presidente colombiano havia dito que ele e Chávez eram "como água e
óleo", mas se comprometeu a manter boas relações e respeito mútuo,
embora por sua vez tenha apontado o venezuelano como uma ameaça de
guerra na região. Nas últimas semanas, no entanto, ambos vinham
fazendo declarações conciliadoras.
No ano passado, Chávez já havia
restringido as relações diplomáticas e comerciais com a Colômbia,
por causa de um acordo militar que ampliava a presença militar
norte-americana no território colombiano.
Empresários colombianos esperam que o
reatamento entre os dois governos permita a recuperação do comércio
bilateral, que em 2008, antes da crise, foi de 7 bilhões de dólares.
Até poucos meses atrás, a Venezuela era o segundo principal destino
das exportações colombianas, atrás apenas dos EUA.
Apesar da retórica agressiva entre
Caracas e Bogotá nas últimas semanas, os mercados não foram
afetados, já que não houve preocupações sérias de que a situação
pudesse descambar para um conflito armado.
A ex-chanceler colombiana María Emma
Mejía disse que, no encontro, a Colômbia deverá pedir explicações à
Venezuela sobre a presença de guerrilheiros no seu território, e que
Chávez deve se comprometer a não permitir que rebeldes se refugiem
no seu país.
Ela lembrou que Santos já foi
ministro da Defesa e conhece a realidade militar da guerrilha Farc.
"A Colômbia deve pedir à Venezuela explicações sobre as Farc, e ver
que linha de ação tomar."