Esta é a maior multa jamais imposta a
uma empresa por prática de trabalho escravo no Brasil. Segundo o
TST, dos 180 trabalhadores, nove eram adolescentes e um era uma
criança menor de 14 anos.
O processo, que é uma ação civil
pública do Ministério Público do Trabalho, pedia inicialmente uma
indenização de R$ 85 milhões. A multa de R$ 5 milhões foi confirmada
por unanimidade pela Primeira Turma do TST.
O Ministério do Trabalho identificou
a situação dos trabalhadores em visitas às fazendas Estrela de
Alagoas e Estrela de Maceió, em Piçarras, no sul do Pará, feitas
entre 1998 e 2002.
O ministro Vieira de Mello Filho,
relator do processo, lembrou que a Lima Araújo é reincidente "na
prática de manter trabalhadores em condições análogas à de escravo",
o que motivou a aplicação da multa milionária.
A companhia já tinha sido multada
entre 1998 e 2002 em cinco oportunidades por fiscais do Ministério
do Trabalho por manter trabalhadores em condições subumanas.
Segundo o processo, a empresa
condenada não oferecia água potável a seus empregados, os mantinha
em alojamentos inadequados e sem instalações sanitárias, não
oferecia assistência médica, os obrigava a trabalhar até 24 horas
consecutivas e sem descanso dominical, além de reter o salário.