Os brasileiros estão atrás apenas de
seus colegas do Chile - os campeões de otimismo, com 85% -, Índia
(84%), Austrália (79%) e Vietnã (72%).
"O otimismo do Brasil não chega a
surpreender", observa Mauro Terepins, presidente da Terco Grand
Thornton, braço da consultoria global no Brasil. "Como o País foi um
dos menos afetados pela crise, desde o segundo semestre do ano
passado estamos notando uma recuperação", diz.
Para ele, a empresas têm procurado
crescer por meio de fusões e aquisições, e muitos se preparam para
entrar no mercado de capitais. "Além disso, as perspectivas de
aumento de negócios, em especial com a Copa do Mundo, fazem com que
eles estejam mais otimistas."
O estudo ouviu mais de 7,4 mil
empresas privadas de capital fechado dos diversos países
pesquisados. Os índices são obtidos por meio da média entre as
respostas dos entrevistados que estão muito otimistas ou otimistas
(positivo) e os que estão muito pessimistas ou pessimistas
(negativo).
A pesquisa mostrou que a crise
mundial fez a configuração da confiança no mundo corporativo virar
de cabeça para baixo. Enquanto empresários de países emergentes ou
fornecedores de commodities (matérias-primas), como Brasil e Índia,
colecionam otimismo, nos países ricos a situação é diferente. Os
japoneses, lanterninhas do ranking, estão com índice de otimismo
negativo em 72%, e os franceses, em 13%. Já a China obteve um índice
positivo de 60% e os Estados Unidos, de 20%.
Ainda assim, na média geral, o mundo
está mais confiante. A média de otimismo hoje é de 24%, contra um
índice negativo de 16% em 2009. Por região, as companhias da União
Europeia são as menos confiantes na recuperação da economia: só 7%
acham que os negócios vão melhorar. A mais otimista é a Ásia (exceto
o Japão), com 64%, seguida da América latina (48%).
Um outro indicativo do otimismo no
Brasil é a alta porcentagem de empresas que pretendem contratar mais
trabalhadores este ano : 59%, contra média mundial de apenas 20%. A
pesquisa também mostrou que 73% dos brasileiros têm perspectivas de
aumentar suas receitas em 2010. Além disso, 61% pretendem investir
em máquinas e equipamentos e 57% esperam aumento de rentabilidade.
No conjunto dos países, 40% esperam
aumento das receitas, 31% vão investir em máquinas e 29% preveem
aumento de rentabilidade. Para os responsáveis pela pesquisa, os
resultados sugerem que, durante a recessão, as companhias se
tornaram mais eficazes, o que pode permitir a redução dos custos e
aumento das receitas.