O parto foi realizado no último dia
18. Abner nasceu com 46 centímetros, só 33 a menos do que a mãe. Os
dois passam bem.
José Carlos Cavalcante explica que há
dois tipos de nanismo: o hipofisário, em que os portadores têm
redução proporcional do corpo e membros, e a aconplasia, em que os
membros são tortuosos, caso de Maria do Socorro. De acordo com o
médico, trata-se de uma doença do sistema ósseo, de transmissão
hereditária, por isso o bebê, aparentemente saudável, que nasceu
após gestação de nove meses, terá acompanhamento especializado. "Foi
fundamental o apoio da família, pois em certo momento Maria do
Socorro, de apenas 21 quilos, devido ao peso de cinco quilos da
barriga, já não conseguia ficar em pé", disse o médico.
A obstetra Mary Helly Valente da
Costa, da equipe do Centro Obstétrico, explicou que em função da má
formação da coluna, não foi possível fazer anestesia raquidiana ou
peridural, sendo necessária anestesia geral. Com esse tipo de
anestesia, o bebê pode nascer sem chorar, mas com o suporte da
neonatologia na sala de parto o bebê teve toda a assistência
necessária e nem precisou ficar na UTI Neonatal. Já a mãe ficou
algumas horas na UTI apenas por observação.
Dessa forma, os dois puderam ficar
juntos na enfermaria especial para gravidez de Alto Risco logo ainda
no primeiro dia de vida do bebê. "Tivemos que fazer tudo rápido. O
parto durou cerca de 40 minutos, mas foi um sucesso", afirmou a
médica, satisfeita com o resultado do trabalho da equipe.
Maria do Socorro contou que queria
ter um filho, mas não sabia se seria possível e ficou surpresa
quando soube que estava grávida. Primeiro fez um teste de gravidez
de farmácia, depois procurou atendimento e foi encaminhada para a
Santa Casa. "Sou muito grata a toda a equipe do hospital que tornou
realidade meu sonho de ser mãe", disse ela.