Há exatos três anos, o mercado de
tecnologia atravessava um período similar ao que está passando
agora. Após meses de rumores, em 9 de janeiro de 2007, Steve Jobs
apresentava um protótipo do iPhone para uma plateia de especialistas
e jornalistas. Desde então, a empresa já vendeu milhões de aparelhos
e vem desenvolvendo com sucesso um novo modelo de "democracia do
design", conforme define um artigo publicado pelo The New York
Times neste domingo. Mais de 100 mil aplicativos para iPhones já
foram criados por programadores independentes e comercializados
através da loja online da Apple.
Desta vez, os rumores dos blogs de
tecnologia afirmam que o novo produto da Apple deve ser apresentado
oficialmente no final de janeiro em San Francisco, nos Estados
Unidos, e deve chegar ao mercado em março. Especulações de
estrategistas afirmam que o Tablet pode ser um aparelho com tela
sensível ao toque e preço entre US$ 500 e US$ 1 mil.
O computador tablet se diferencia dos
notebooks e netbooks pelo tamanho, um pouco maior que um smartphone,
e, como muitos dos novos eletrônicos, reúne diversas funções, além
da computação básica e do acesso à internet. Segundo os analistas, a
grande novidade é que o produto também deve funcionar como um leitor
eletrônico, como o Kindle da Amazon ou o Sony Reader.
Segundo o artigo do NYT, o
tablet da Apple já faria sucesso apenas por ser o primeiro tablet da
Apple. Mas, se conseguir reunir a função de leitor eletrônico e
superar em qualidade seus rivais, será o "produto matador". "A Apple
não inventou o tocador de MP3, mas criou um tão sexy que muitas
outras pessoas quiseram comprar um. E isto é o que ela está
prometendo fazer novamente", escreve a analista do jornal americano
lembrando o sucesso do iPod.
Segundo ela, se a tendência se
confirmar, o Apple Tablet pode gerar uma enorme demanda por novos
livros, revistas e jornais em formatos eletrônicos. E os
programadores e designers terão novos desafios pela frente, como
criar modos sedutores de apresentação dos conteúdos nos leitores
eletrônicos. O artigo lembra também que o modo como os conteúdos
eletrônicos para o tablet da Apple serão comercializados pode se
tornar um novo marco no design contemporâneo, assim como foram o
surgimento das lojas online iTunes, que comercializa músicas para
iPods e outros eletrônicos, e AppStore, com aplicativos para o
iPhone.