O roqueiro responde a essa questão no
livro "Eu Sou Ozzy", a autobiografia do músico, escrita pelo ghost
writer Chris Ayres, lançada no Brasil pela editora Benvirá. "Ele
estava certo. Não há nenhuma razão médica plausível que explique
como eu ainda esteja vivo", escreve o cantor no livro. Considerado o
pai do heavy metal, Ozzy descreve, nas 384 páginas da obra, outros
momentos, dando a sua versão para episódios chaves, como a criação
do Black Sabbath e sua posterior demissão por abuso de drogas, o
início da carreira solo e o retorno ao estrelato com o reality "Os
Osbournes", da MTV.
Talvez uma das maiores dificuldades
do ghost writer Chris Ayres tenha sido checar todas as informações e
datas citadas por Ozzy, já que o cantor sofre de problemas
cognitivos por causa do abuso de drogas. Logo nas primeiras páginas,
o cantor se justifica: "Não sou a Enciclopédia Britânica. O que você
vai ler aqui é o que consegui tirar da geleia que chamo de cérebro".
Ao contrário da maioria das biografias que mais parecem um tratado
endeusando os biografados, nesta, Ozzy não foi condescendente
consigo mesmo. Temos a impressão de que ele falou tudo, sem medo de
julgamentos. Graças a isso, é possível ler passagens surreais de
momentos marcantes da sua carreira.
Por exemplo, quando ele descreve, com
riqueza de detalhes, como arrancou a cabeça de uma pomba com a boca,
numa reunião com a CBS, após a gravação do álbum Blizzard of Ozz.
Até hoje, o cantor é lembrado por seus fãs por ter decepado uma
pomba com uma mordida. Depois viriam outras cabeças de animais
alados, tais como os famosos morcegos que ele comeu num show e
depois teve de tomar várias injeções antirrábicas. Com o efeito
colateral, o roqueiro sofreu choques anafiláticos e quase morreu.
Depois de ler o livro, você vai fazer a mesma pergunta que o médico
fez a Ozzy: como ele ainda está vivo até hoje?