No início e no fim do período, cada voluntário teve de falar
sobre sua saúde e estilo de vida, incluindo dados sobre a asma e
perturbações no campo profissional. A maior incidência de
desenvolvimento da patologia ao longo do estudo foi constatada
no grupo de participantes que se queixaram de longas horas de
serviço, condições de trabalho desconfortáveis, cansaço e
incapacidade de relaxar ao chegar em casa.
No entanto, o estudo, publicado na revista americana Allergy,
enfatizou que o risco absoluto de enfermidade devido a
sobrecarga profissional é pequeno, mas algumas pessoas podem
sofrer danos no sistema imunológico que podem levar à asma.
Estresse na
infância
Mas, não são só os adultos que
sofrem com os ambientes estressantes. Outra pesquisa feita pela
Universidade da Cartolina do Sul (EUA) apontou que crianças que
vivem em casas onde há situações de alta tensão estão mais
propensas a desenvolverem
asma principalmente, quando o fator é somado à poluição do
ar e à fumaça do cigarro. Depois de avaliar mais de 2.500
crianças, os pesquisadores descobriram que aquelas que viviam em
famílias com mais situações de estresse tiveram 50% mais chances
de desenvolver asma do que as que viviam em lares tranquilos.
Isso porque, assim como os poluentes, o estresse também pode
provocar a inflamação nos pulmões. A asma é caracterizada por
uma inflamação crônica dos brônquios pulmonares, cujo controle
pode ser feito a partir de medicação.
E quando a asma aparece na infância, é preciso ter cuidado
redobrado, como alerta o pneumologista Mario Rossetti. "Na
infância, quando geralmente se manifestam os primeiros sintomas
da asma, pode-se perceber um conflito emocional envolvido que é
a carência afetiva natural da criança não correspondida pela
mãe, que por alguma dificuldade e às vezes da própria criança,
tem como resultado uma situação desconfortável não resolvida. A
conscientização desta situação pela mãe, através da ação do
médico neste sentido, é, portanto, a melhor solução possível
para esta patologia. A ação de atenuação da carência afetiva da
criança nesta fase é a de maior eficácia para se evitar as
complicações nas fases subsequentes."
Asma e alergia
A doença, caracterizada pela tosse,
respiração curta, sensação de aperto e chiado no peito, atinge 10%
da população brasileira e é responsável por 400 mil internações e 2
mil mortes por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia
e Imunopatologia.
Por ser crônica, a asma não tem cura, mas com o tratamento realizado
de maneira preventiva e prolongada, de acordo com orientação de
especialista, permite que os pacientes usufruam de excelente
qualidade de vida.
"Pode-se dizer que não existe asma sem alergia e sem desconforto
intenso das emoções. Para a alergia, infelizmente, a medicina até
hoje ainda não tem cura. Os tratamentos com antialérgicos são
eficientes apenas durante o período em que são ministrados. No
entanto, se por alguma razão, o tratamento é interrompido, os
sintomas alérgicos voltam a se manifestar com a mesma intensidade
anterior", acredita Mario Rossetti.