De acordo com o grupo Associated
Press , a grande quantidade de informações pessoais disponibilizadas
em sites como Orkut e Facebook os tornaram fontes excelentes para
advogados obterem provas, especialmente pela ingenuidade dos
usuários, que divulgam relacionamentos, hábitos, atitudes e status
financeiros, sem pensar em quem pode ler.
Linda Lea Viken, presidente do grupo
de advogados estadunidenses da American Academy of Matrimonial
Lawyers, especializados em divórcios e questões conjugais,
conta que a rede Facebook é a líder da busca por informações, pois
transforma a realidade virtual em um dramático divórcio da vida
real, sendo que, entre os advogados pesquisados, 66% afirmaram usar
a rede como fonte de evidências. O MySpace vem em segundo lugar, com
15% e, em terceiro aparece o Twitter, com 5%.
Os perfis em redes sociais são boas
fontes de informações pela dificuldade de falsificação e por serem
de fácil acesso para verificação, além de, aparentemente, os juízes
não terem preconceito em aceitá-las, explica Viken.
A primeira coisa que se pensa como
provas para esse tipo de processo, são evidências de adultério, mas,
na verdade, elas vão muito além. O site Mashable aponta alguns casos
onde a rede forneceu informações importantes, como o de uma mãe que
perdeu a guarda de seus filhos por passar o tempo (em que deveria
estar cuidando deles) jogando FarmVille e World of Warcraft, ou do
marido que alegava não ser violento, mas postava mensagens bastante
agressivas em seu perfil. Também existem casos como o do pai que
queria a guarda das crianças, mas se declarava solteiro e sem filhos
no site de namoro Match.com, ou o da mãe que negou a acusação de
fumar maconha, mas publicou no Facebook fotos onde consumia a erva.
O grupo American Academy of
Matrimonial Lawyers informou ainda que cerca de 81% de seus
membros possuem processos que envolveram evidências encontradas nas
mídias sociais, incluindo os sites Facebook, Twitter, YouTube e
LinkedIn, nos últimos cinco anos.
No Reino Unido, a situação é
semelhante. O site inglês
Divorce-Online informou que o termo Facebook apareceu em
aproximadamente 20% dos casos de separação em 2009, o que
representa, aproximadamente, 1.400 processos.
Encontram-se informações que seriam
impossíveis de verificar de outra maneira, explica a advogada Leslie
Matthews, de Denver, Colorado, que também afirma que as pessoas não
percebem que dizem uma coisa perante o juiz e outra nas redes, não
imaginando que possam ser descobertos por esse meio.
Os advogados aconselham a verificar
as fotos postadas na rede, além das informações divulgadas,
especialmente para quem tenta mentir nos processos. Outro ponto
importante é lembrar que um juiz poderá ler o perfil, então é melhor
prestar atenção no que se diz e nas comunidades das quais participa.
É preciso tomar cuidado também com
mensagens enviadas aos amigos durante os processos de separação,
explica a advogada Marlene Eskind Moses, especialista da vara de
família em Nashville, nos EUA . Por mais que se deseje desabafar,
ela explica que esse é o pior momento para expressar sentimentos na
web.
A lição que fica, então, é a de pelo
menos lembrar-se de excluir o parceiro das redes sociais antes de
terminar a relação e aprender a utilizar as opções de privacidade,
ou tudo que estiver escrito no perfil poderá e deverá ser usado nos
tribunais.