Gray trabalhou na paróquia do Sagrado
Coração da cidade de Waterbury (no período entre janeiro de 2003 e
15 de abril deste ano), que após uma revisão de suas finanças
percebeu que as contas dos últimos anos demonstravam retiradas
ilícitas e estimou que o padre poderia ter roubado até US$ 1 milhão.
A pedido da arquidiocese de Hartford,
a polícia local iniciou investigações no mês passado para apurar as
suspeitas.
Após o inquérito, o padre se entregou
hoje às autoridades e deve ser ouvido ainda nesta terça pelo
tribunal de Waterbury.
De acordo com o jornal local "Hartford
Courant", Gray era bem visto na comunidade onde trabalhou durante 26
anos, passando também pelas paróquias de Santa Margarete e Santa
Cecília.
"Estamos muito tristes com os fatos
que recentemente tiveram um impacto muito profundo na paróquia do
Sagrado Coração", disse o padre John P. Gatzak, diretor de
comunicações da arquidiocese de Hartford, ao jornal americano.
DÍVIDAS
O porta-voz disse ainda que há
preocupações financeiras e espirituais e alertou para um
endividamento "absurdo" da paróquia após anos do suposto estelionato
cometido por Gray.
"No nível financeiro, a arquidiocese
continua trabalhando com a paróquia para melhorar seus controles
financeiros e lidar com os assuntos que surgiram com esta situação,
como a cobertura de seguros e dívidas absurdas. No nível espiritual,
continuamos a rezar pela cura e consolo das famílias da paróquia que
segue adiante e por orientação e reconciliação para o padre Gray
enquanto ele enfrenta os procedimentos legais aos quais é
submetido", disse Gatzak ao "Hartford Courant".
Segundo reportagem do jornal
americano a arquidiocese fez contato com a polícia local no dia 21
de maio após descobrir uma série de pagamentos não autorizados
usando recursos da Igreja Católica.
O suposto estelionato teria começado
em janeiro de 2003, e o dinheiro teria sido retirado de poupanças e
fundos de investimento mantidos pela paróquia. Os recursos deveriam
ser usados para o pagamento de apólices de seguro e taxas anuais que
a paróquia paga à arquidiocese.