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CÓMO IDENTIFICAR SE O SEU PARCEIRO É GAY

Tudo começou quando as jornalistas Ticiana Azevedo e Consuelo Dieguez se encontraram com a amiga Sofia para um bate-papo informal. Sofia, ainda em estado de choque desde a noite anterior, decide contar às amigas o motivo de sua desilusão: descobriu, após sete anos de casamento, que seu marido era gay. Ao contrário de muitas mulheres que preferem "abafar o caso", Sofia pediu às amigas que escrevessem um livro para ajudar outras mulheres na identificação de homossexuais que não se assumem.

Assim elas fizeram. Ouviram médicos, psicólogos, mulheres que haviam passado por situações semelhantes, gays que sempre se assumiram e outros que haviam se assumido recentemente. Até promoters de boates gays e professores de educação física entraram na extensa lista de entrevistas realizadas com o intuito de coletar material suficiente para desenvolver o livro "Cuidado, Seu Príncipe Pode Ser Uma Cinderela", que as autoras chamam de "um guia prático".

"Percebemos que a maioria dos enrustidos teme ser discriminada. Eles têm muita vergonha de se mostrar para a família, para os amigos e colegas de trabalho. Na verdade, percebemos que, por mais que nossa sociedade pareça liberal, ela é muito cruel com os homossexuais", afirmou Ticiana. Segundo a autora, é mais fácil a sociedade aceitar a "bicha caricata e espetaculosa" do que o homem que assume suas preferências, mas não fica dando bandeira da sua condição. "Esse sofre mais porque quer levar uma vida normal, ser um bom profissional e viver abertamente com seu companheiro".

Rejeição familiar

De acordo com a psicóloga Adriana Nunan, especialista em comportamento sexual, 70% a 80% das famílias rejeitam inicialmente os filhos que se assumem gays. "Depois de um tempo, algumas famílias acabam aceitando a opção sexual dos filhos, mas ainda assim falam 'ele é meu filho, mas é gay', como se fosse um problema, um defeito", afirma a especialista.

Adriana conta que é grande o número de mulheres que chega ao seu consultório desconfiando da masculinidade de seus parceiros e que, na maioria das vezes, o problema está nas próprias mulheres. "Algumas procuram se relacionar com homens com alguma dificuldade que impossibilite um compromisso maior, como os casados, os gays ou os mulherengos. Muitas vezes elas caem na ilusão de que conseguirão mudar seus parceiros, o que na maioria das vezes é muito difícil".

Rir pra não chorar

O livro reúne algumas histórias engraçadas como a da mulher que saiu com um homem e no meio do encontro ele disse: "linda". Toda vaidosa com o elogio, ela logo desmontou ao ouvir o restante da frase: "Linda a sua bolsa com esse detalhe de oncinha". Ou o drama da mulher que, no dia do falecimento de seu pai, seu marido a abandonou revelando que mantinha um caso secreto com o sogro falecido.

Para a cantora Danni Carlos, o problema seria facilmente solucionado se houvesse sinceridade no relacionamento. "Só tenho preconceito contra a inverdade, contra a mentira. Se eu namorasse um homem que fosse homossexual e eu soubesse disso através dele, não teria problema. Poderia ser apenas uma fase ou, então, se o amor fosse recíproco, não haveria problema. Mas não pode haver mentira. Se a pessoa com quem me relaciono mente sobre sua preferência sexual, certamente vai mentir sobre tudo. Aí, sim, eu ficaria chateada. O que eu procuro num relacionamento é a verdade", declarou.

Adriana Nunan lembra que, às vezes, o preconceito do homossexual contra o homossexualismo é tão grande que nem ele consegue enxergar que é gay. Embora o corpo dê sinais, ele tenta levar uma vida heterossexual, casando-se e tendo filhos. Em outros casos, a escolha é consciente, movida pela vontade de ter uma família tradicional, por uma posição política ou social elevada ou por medo de perder bens. "O meu conselho é que a mulher investigue se achar que há alguma coisa diferente no relacionamento e nunca ignore o problema", recomenda a especialista.

O músico belga Michel Tasky veio morar no Rio de Janeiro depois de se apaixonar pelo samba. Homossexual assumido e, atualmente, sambista, Michel conta que seu maior problema foi assumir para a família. "Meu pai era homofóbico, mas mudou radicalmente quando eu contei a verdade para ele. Começou a ler sobre o assunto, a se informar mais. Sua aceitação foi rápida, o que me surpreendeu. Anos depois me contou que, durante a Segunda Guerra, ele ficou num abrigo da juventude operária cristã na Bélgica e lá foi molestado sexualmente por um padre. Por isso toda aquela postura homofóbica".

Michel chegou a ter duas namoradas na juventude, mas os relacionamentos não duraram muito tempo. "Eu tinha uns 20 anos, por aí. Uma delas praticamente me estuprou, invadiu o meu quarto na faculdade e me atirou na cama! Com a outra foi um pouco mais sério, mas durou muito pouco tempo. Falei a verdade para elas alguns anos depois. Uma delas hoje já tem cinco filhos, veja do que eu me livrei", brinca.

Como identificar se o seu parceiro é gay?

Para Tasky é mais difícil apontar os enrustidos no Brasil do que no resto do mundo, por causa do grande preconceito que há na sociedade. "Uma grande parte dos homossexuais faz questão de coçar o saco e cuspir grosso para disfarçar sua preferência e evitar o preconceito. Outros não se identificam como homossexuais por serem ativos, e esses são muitos. É o cara que na escola, no quartel ou na casa dos amigos, mantinha relações sexuais com homens sendo o ativo da situação. Isso é uma grande bobagem. Ativos ou passivos, são todos homossexuais".

Segundo ele, o bissexualismo também é um fenômeno bastante presente no Brasil, ao contrário de outros países onde a sociedade exige que você seja uma coisa ou outra.

Com bom humor e profissionalismo, as autoras dão dicas de como identificar traços de homossexualismo nos pares ou pretendentes. "Se ele demonstra vaidade excessiva, viaja para fazer compras, é fissurado em grifes, está sempre cercado de belas mulheres sem namorar nenhuma delas, evita sexo, fala que está se relacionando com ‘uma pessoa' ou tem namoradas fictícias que vivem em outro continente, você pode contar que esse príncipe é uma Cinderela", advertem.

Já Michel se diverte quando o assunto é identificar um homossexual enrustido. "Se ele gostar de Bethânia e Gal simultaneamente, você já tem que ter muito cuidado", alerta.

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Fonte

Família diz apoiar homossexualidade de psiquiatra do Big Brother ...

EVENTOS DE GAYS, LÉSBICAS E BISSEXUAIS NO BRASIL

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