A modelo foi presa nesta quarta-feira
na elegante região de Palermo, na Argentina, onde vivia com uma
identidade falsa. Ela mudou a cor dos cabelos e dizia às pessoas que
era uma estudante mexicana. Ela será transferida para uma
penitenciária de mulheres em Ezeiza, em Buenos Aires.
Autoridades argentinas dizem que ela
é suspeita de liderar um grupo que recrutava belas jovens para
carregar cocaína em voos para Cancun, no México, e de lá para a
Europa.
Procedente do México, a colombiana
chegou à Argentina no dia 7 de dezembro de 2009 e se alojou em
hotéis de luxo com o modelo argentino Nicolás Gualdo, que conheceu
em Cancún.
A investigação começou em dezembro,
quando a polícia aeroportuária prendeu uma argentina de 21 anos com
55 quilos de cocaína em sua bagagem embarcando em um voo para
Cancun.
O caso levou à prisão de outros seis
supostos membros da quadrilha --incluindo o ex-namorado de Valencia,
detido em 6 de fevereiro na cidade de Mar del Plata, a 400
quilômetros de Buenos Aires, que permanece recluso na capital do
país.
Dois dos detidos no caso apontaram a
modelo colombiana como a responsável por recrutar integrantes para a
rede.
Defesa
Sanclemente deu uma entrevista ao
jornal colombiano "El Tiempo" na semana passada na qual disse
acreditar que estava sendo alvo de parentes de seu ex-namorado
argentino.
O advogado Guillermo Tiscornia,
falando com uma multidão de jornalistas na escadaria da corte, disse
que deve pedir o encerramento do caso por falta de provas.
"Não há sequer uma indicação de
ligação direta entre a senhoria Sanclemente Valencia e esse grupo",
disse. Ele classificou o caso como uma "farsa" e "estratégia legal".
A defesa diz que a modelo foi para a
Argentina para passar o natal com seu namorado e conhecer a família
dele após terem começado o namoro no México, onde moravam e
trabalhavam.
A mãe da modela, Jeannette Valencia,
também insistiu que a moça é inocente, e disse temer que sua beleza
seja alvo de ataques na prisão.
"Ela nunca teve nada a ver com o
tráfico de drogas. Ela sempre foi uma mulher de vida correta; no
México, ela agia como uma mulher de respeito", disse a mãe.
Rainha
A imprensa argentina rapidamente
apelidou Valencia de "Rainha do Tráfico", mas dois oficiais
envolvidos no caso disseram que o papel dela na organização
criminosa ainda não foi determinado.
"Quando eles organizavam o tráfico de
cocaína para o México, ela estava presente nos encontros", disse uma
das fontes,
A polícia conseguiu identificar
Valencia porque ela impressionou muito ao chegar na Argentina,
voando na primeira classe com um cachorro lulu da Pomerânia, disse
um dos oficiais.
A polícia descobriu que Valencia
ainda estava na Argentina porque ela declarou inocência na rede
social Facebook, onde publicou fotos suas em Buenos Aires, após a
Interpol divulgar uma pedido de prisão, e sua mãe chegou ao país
semanas atrás para ajudar com sua defesa.
Autoridades judiciais negaram o
pedido de tratamento especial de seu advogado, Guillermo Tiscornia,
que disse que ela não se entregou por medo de sua aparência expô-la
ao estupro ou maus-tratos em uma prisão comum.
Nascida em Barranquilla, a modelo foi
escolhida aos 21 anos Rainha Nacional do Café na Colômbia, em 2000,
mas depois teve que devolver o título por ser casada, o que violava
as regras do concurso.