A interpretação que supostamente
havia defendido uma intervenção anticonstitucional do Exército
alemão (Bundeswehr) para garantir os interesses econômicos da
Alemanha carece de justificativa, disse Köhler ao anunciar sua
inesperada renúncia.
"Lamento que minhas declarações
tenham conduzido a um mal-entendido", ressaltou o presidente alemão
à imprensa, mostrando-se constrangido pela polêmica aberta. Nos
últimos dias, ele havia sofrido inúmeras críticas por parte da
imprensa.
Durante a viagem de volta de uma
visita surpresa ao Afeganistão na semana passada, Köhler manifestou
à imprensa que as missões do Bundeswehr no exterior têm sua
justificativa também pela salvaguarda dos interesses econômicos da
Alemanha.
Após começar a polêmica, seu
porta-voz afirmou que o presidente da Alemanha não tinha se referido
especificamente à missão no Afeganistão, mas às missões das Forças
Armadas alemãs no estrangeiro em geral.
Na sexta-feira passada, por meio de
outro porta-voz, a chanceler alemã, Angela Merkel, não quis comentar
as declarações de Köhler com o argumento de que o presidente já as
havia explicado e que não havia "nada a acrescentar".
Horst Köhler, que tinha sido reeleito
presidente da Alemanha no ano passado por um mandato de cinco anos,
assinalou que tinha comunicado sua decisão ao presidente rotativo da
câmara alta (Bundesrat) do Parlamento alemão, o social-democrata
Jens Böhrnsen, que assumirá interinamente a chefia do Estado.