A posse será marcada por gestos de
solidariedade ao Chile, após o terremoto devastador que atingiu o
país no fim de semana e deixou mais de 700 mortos, além de enormes
danos materiais.
"O que aconteceu no Chile é
dramaticamente comovedor, nos atinge pouco tempo depois do Haiti e
nos lembra da fragilidade da nossa vida diante dos fenômenos
naturais", disse Mujica no domingo, em entrevista concedida a
jornalistas estrangeiros.
Presidentes de sete países
sul-americanos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e
representantes de outros 30 países estarão na capital uruguaia para
a posse.
Antes de assumir, Mujica encontrou-se
com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e tinha uma reunião
prevista com a secretária norte-americana de Estado, Hillary
Clinton.
Hillary também tem um encontro
previsto em Montevidéu com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
A presidente do Chile, Michelle
Bachelet, e o presidente eleito do país, Sebastián Piñera,
suspenderam a viagem ao Uruguai após o terremoto.
Mujica, que foi membro da guerrilha
urbana Tupanamaros e passou mais de uma década preso durante a
ditadura que governou o Uruguai na década de 1970 até os anos 1980,
ganhou as eleições de novembro com 52,3 por cento dos votos, no
segundo triunfo eleitoral consecutivo da esquerda no país.
Considerado um político mais radical
que o presidente Tabaré Vázques, Mujica moderou seu discurso durante
a campanha e disse sentir-se mais próximo a governos como o do
Brasil e do Chile do que do modelo socialista da Venezuela. Ele se
comprometeu a manter políticas econômicas que permitiram ao Uruguai
escapar da crise econômica mundial.