Pai de Eloá
serrou corpo de ex-mulher ao meio
Em depoimento à Polícia Civil
de Alagoas, duas irmãs de Marta Lúcia Alves Vieira, ex-mulher do
ex-cabo da PM de Alagoas Everaldo Pereira dos Santos pai da garota
Eloá Pimentel, 15, informaram que ele serrou ao meio o corpo da
ex-mulher. Marta Lúcia morreu em 1993. Everaldo é o suspeito,
segundo a Polícia Civil de Alagoas.
Eloá foi morta após ser
baleada pelo ex-namorado, Lindemberg Fernandes Alves, após ser
mantida em cárcere privado por mais de cem horas no apartamento onde
morava, em Santo André (Grande São Paulo). Lindemberg foi preso e na
terça-feira (28) o promotor Antonio Nobre Folgado apresentou à
Justiça a denúncia (acusação formal) contra o ex-namorado de Eloá.
O ex-cabo é acusado de ter feito
parte da chamada "Gangue Fardada" --espécie de esquadrão da morte de
Alagoas-- e de participar, entre outros crimes, do assassinato do
delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador do Estado Ronaldo
Lessa.
Ele nega que tenha participado da
morte de Ricardo Lessa e sua defesa informou que ele permanecerá
foragido até que processos sejam estudados. Até por volta das 15h
desta quinta-feira Everaldo permanecia foragido.
Crueldade
A delegada Luci Mônica Rabelo,
diretora de estatística, informática e armas da Polícia Civil de
Alagoas, colheu o depoimento das irmãs de Marta Lúcia, em Pilar
(AL).
Rita de Cássia e Claudilene Vieira,
irmãs de Marta Lúcia, já haviam anunciado a disposição em
colaborar no inquérito sobre a morte da irmã.
Luci afirma que a morte de Marta
Lúcia foi cruel. Everaldo é o único suspeito, segundo a delegada,
pois foi o último a ser visto com Marta Lúcia.
Durante o depoimento, as irmãs da
ex-mulher do cabo da PM disseram que o corpo de Marta Lúcia foi
encontrado partido ao meio num corte horizontal, como se dividido em
dois. A cabeça foi carbonizada e o pescoço tinha sinais de
enforcamento.
"Eu me assustei com o que ouvi. É uma
monstruosidade sem fim", afirmou a delegada.
As ex-cunhadas de Everaldo disseram
que o IML (Instituto Médico Legal) constatou as agressões e o corpo
de Marta Lúcia foi encontrado em Pilar (AL).
Luci afirmou que devido à gravidade
do teor dos depoimentos e também após as irmãs terem dito que se
sentem ameaçadas --carros estranhos estariam rondando as casas onde
elas moram---, enviou o relato das duas ao juiz Rodolfo Ozório Gatto,
da 17ª Vara Criminal da Capital pedindo a antecipação de provas.
No entanto, o juiz manifestou a
necessidade de o inquérito policial ser reaberto. A Polícia Civil de
Alagoas não soube informar até por volta das 15h se havia um
inquérito. "Pode não ter sido investigado", afirma Luci.
Ainda ontem o delegado-geral da
Polícia Civil de Alagoas, Marcílio Barenco, viajou a Recife para
pedir informações à Polícia Civil de Pernambuco sobre supostos
crimes praticados pelo ex-cabo da PM.
Outro lado
A reportagem entrou em contato por
telefone e enviou um mail ao escritório do advogado Ademar Gomes.
Não houve resposta ao pedido de informações até por volta das 15h20
desta quarta.
Fonte:
folha.uol.com.br
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