Líderes latinos
apóiam presidente deposto de Honduras
Líderes da esquerda
latino-americana apoiaram o presidente destituído de Honduras Manuel
Zelaya nesta segunda-feira e tentaram elaborar uma resposta ao golpe
militar que gerou protestos no país e condenação internacional.
Manifestantes favoráveis a Zelaya desafiaram um toque de recolher
imposto na madrugada e realizaram uma vigília em Tegucigalpa,
enquanto o presidente venezuelano, Hugo Chávez, liderava conversas
com Zelaya e outros aliados na vizinha Nicarágua.
O golpe, a primeira crise política na
América Central em anos, também será um teste para o presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, num momento em que ele tenta melhorar
sua imagem na América Latina.
O governo Obama pediu a volta de
Zelaya ao poder como presidente legítimo de Honduras, o que o coloca
lado-a-lado com governos de esquerda que geralmente têm divergências
ideológicas com Washington.
A Organização dos Estados Americanos
(OEA) pediu a volta imediata de Zelaya e disse que nenhum outro
governo será reconhecido.
As tensões cresceram nesta semana
quando Zelaya irritou o Congresso hondurenho, a Suprema Corte e o
Exército do país ao pressionar por um plebiscito para obter apoio a
uma mudança na constituição que permitiria ao presidente se reeleger
além do mandato único de quatro anos.
Antes que ele pudesse realizar a
votação no domingo, o exército de Honduras prendeu Zelaya quando ele
ainda estava de pijama e o levou para a Costa Rica, no primeiro
golpe militar bem-sucedido na América Central desde o final da
Guerra Fria.
"Não podemos permitir um retorno do
passado. Não permitiremos", declarou Chávez, que sobreviveu a uma
tentativa de golpe em 2002 e que colocou suas tropas em alerta no
caso de Honduras investir contra a embaixada do país.
Ao lado de Zelaya, do presidente
equatoriano Rafael Correa, e do nicaraguense, Daniel Ortega, Chávez
negou que esteja planejando uma invasão. "Estamos aqui para apoiar,
respeitando a soberania de Honduras", disse.
O presidente boliviano, Evo Morales,
e o secretário-geral da OEA, Miguel Insulza, disseram que se
juntarão ao grupo em Manágua ainda na segunda-feira e Washington
disse estar acompanhando a crise de perto.
Em nota, o Ministério das Relações
Exteriores do Brasil classificou o golpe contra Zelaya de "atentado
à democracia" e pediu que Zelaya seja "imediata e incondicionalmente
reposto em suas funções.
Honduras era aliada próxima aos
Estados Unidos na década de 1980, quando Washington ajudou o país
centro-americanos a combater rebeldes marxistas, e os EUA mantêm 600
militares numa base do país usada para missões humanitárias e na
ajuda pós-desastres.
Levada à esquerda desde a posse de
Zelaya em 2006, Honduras ficou isolada, pois os Estados Unidos, a
União Europeia e uma série de outros países apoiam Zelaya.
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Fonte
Brasil só
reconhece governo de Zelaya em Honduras
Presidente
interino de Honduras prepara equipe de governo
O GOLPE DE
HONDURAS
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