Filha de Fritzl
caçava ratos com as mãos e vivia no escuro
O julgamento de Joseph Fritzl,
73, nesta semana tem sido motivo do comoção mundial por toda a
imprensa. Durante 24 anos, o austríaco manteve a filha Elisabeth
presa no porão de casa, sem janela, com o teto baixo, junto com
ratos. Segundo a Promotoria, as condições de vida da família eram
precárias e, em alguns momentos, a filha de Fritzl precisava caçar
os ratos com as mãos para defender os filhos
Ao longo dos anos, após inúmeros
estupros, o austríaco teve sete filhos com Elisabeth. Três passaram
a vida no porão, um morreu bebê e três foram criados pela avó,
Rosemarie, e pelo pai-avô, que simulou o abandono das crianças na
porta da casa da família.
De acordo com a promotora do caso,
Christiane Burkheiser, o austríaco não se arrepende dos crimes e a
vida cotidiana de Elizabeth poderia ser descrita na frase: "Luz
apagada, abusos sexuais, luz acesa e mofo".
Segundo a Promotoria, o cativeiro não
possuía janela, sistema de ventilação e as paredes eram repletas de
umidade. Devido a presença dos ratos, Elisabeth caçava os animais
com as próprias mãos, segundo relatos escritos no seu diário íntimo.
O vídeo, onde conta como era o cotidiano na prisão, será assistido
pelo júri nesta terça-feira, no segundo dia do julgamento.
Elisabeth foi encarcerada aos 18
anos, em agosto de 1984, mas conta que os abusos começaram aos 11.Na
época, o reduto tinha quase 20 metros quadrados, um lavabo, um
banheiro e uma cozinha. Fritzl atraiu a filha até o local, a dopou e
algemou. Elisabeth foi forçada a escrever à mãe --que, segundo a
polícia, nada sabia sobre os horrores do subsolo-- dizendo que tinha
entrado para uma seita e pedindo que não a procurassem.
Algemas
De acordo com a Promotoria, o
austríaco estuprou a filha pela primeira vez no segundo dia de
cativeiro. Ele só removeu as algemas de Elisabeth nove meses depois
porque "elas estavam dificultando o sexo".
Burkheiser afirmou que, nos primeiros
nove anos de cativeiro, Elisabeth ficou grávida e deu à luz três
filhos. Para o primeiro dos partos, em 1988, teve a ajuda de "uma
manta não esterilizada, tesouras sujas e um livro de preparação ao
parto".
À medida que as crianças fruto do
incesto foram nascendo, Fritzl construiu novos cômodos até chegar a
quase 40 metros quadrados. O local passou a ter um chuveiro, dois
dormitórios e uma sala de estar, todas interligadas e comunicadas
por galerias de 60 cm de largura.
Calor
No verão, a temperatura sob o teto,
de apenas 1,70 metro de altura, era insuportável. Fora do porão,
três filhos-netos de Josef Fritzl, que todos acreditavam ter sido
adotados, brincavam na piscina, enquanto os irmãos subterrâneos
ardiam em um espaço fechado no qual a única distração era a
televisão.
Para eliminar da mente dos reféns
qualquer tentativa de fuga, Fritzl instalou oito portas, três delas
equipadas com dispositivos eletrônicos de fechamento com combinações
que somente ele conhecia. Além disso, havia ameaçado atacar
Elizabeth e os filhos com gases caso tentassem escapar.
À noite, ele levava comida e roupa
para a segunda família. O austríaco vetou totalmente o acesso ao
porão aos amigos e aos demais inquilinos do edifício. Ele explicava
as visitas noturnas ao local com os serviços domésticos que fazia no
porão. No período em que estava de férias, Fritzl deixava reservas
de comida para as vítimas.
Saúde
Os anos passados em condições tão
horríveis afetaram gravemente a saúde dos filhos. Graças a
internação da filha mais velha, Kerstin, 19, em abril de 2008, a
tragédia foi descoberta. Na ocasião, os médicos indagaram sobre sua
origem e histórico clínico e trouxeram à tona o segredo do porão.
Após a descoberta da "Casa dos Horrores" --como ficou conhecida pela
imprensa estrangeira-- Kerstin continuou internada, em coma
induzido.
A menina acordou do coma em junho do
ano passado e seus primeiros pedidos foram: assistir a um show do
cantor britânico Robbie Williams e velejar. Para evitar o choque com
a realidade, os médicos tiveram que simular o cativeiro na clínica
onde os irmãos foram internados na época.
De acordo com a polícia, Fritzl
planejou durante seis anos o cativeiro subterrâneo. O austríaco
obteve a primeira permissão para iniciar a ampliação da casa da
família em 1978, quando a menina tinha apenas 12 anos.
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Fonte:
folha.uol.com.br
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