Julgamento de
Josef Fritzl por incesto, escravidão e assassinato
O engenheiro aposentado Josef
Fritzl, 73, pai e avô autoritário e vizinho agradável, levou por 24
anos uma segunda vida de escravocrata incestuoso em sua "casa dos
horrores" em Amstetten, no leste da Áustria.
"Não se trata de um
doente, pois se fosse doente não teria conseguido imaginar e
realizar planos tão sofisticados", afirmou o psiquiatra e
especialista forense Reinhard Haller, que descreve Fritzl como um
"déspota que aterrorizou várias gerações de sua família".
Há quase um quarto de século, o
vizinho agradável, eletricista de formação, elaborou um cenário
diabólico que conseguiu enganar a própria mulher, os vizinhos e as
autoridades.
Oficialmente, sua filha Elisabeth
deixou a casa da família com 18 anos para se juntar a uma seita. Uma
carta escrita por ela chegou pouco depois à residência familiar, em
1984, pedindo o fim das buscas.
Nos anos 90, Elisabeth deixou na
porta da casa dos pais, um após o outro, três de seus bebês, junto
com cartas escritas por ela pedindo que Fritzl e Rosemarie
assumissem as crianças.
Na verdade, todas essas cartas foram
escritas no porão da casa, onde o pai mantinha sua filha trancafiada
e abusava sexualmente dela.
Os vizinhos e os amigos do pai
incestuoso admitiram que ele nunca levou os filhos ao colégio, que
evitava as reuniões de pais de alunos e que nunca estava em casa
quando as assistentes sociais faziam visitas de controle.
"Rosemarie sempre levava as crianças
às aulas de música, aos treinamentos, ao colégio", comentou o
padeiro Günther Pramreiter, vizinho dos Fritzl. "Josef falava do
tempo e de assuntos ligados à atualidade quando vinha à padaria.
Lembro que ele se disse chocado pelo caso Kampusch", disse, em
referência a jovem sequestrada durante oito anos no porão de uma
casa perto de Viena, de onde fugiu em agosto de 2006.
"Na sua família, ele era um mestre e
um ditador", relatou um amigo alemão, Paul H., 69. "Comigo, no
entanto, era um cara legal, aberto e engraçado", acrescentou o
aposentado, em declarações ao tabloide alemão "Bild".
Ao mencionar uma viagem à Tailândia
com Fritzl, Paul H. contou que seu amigo "adorou" a massagem dada
por uma jovem tailandesa e comprou lingerie feminina para "uma
amiga".
"Seus sapatos estavam sempre
impecáveis e sua gravata nunca estava torta, parecia um diplomata",
afirmou ao jornal Oesterreich Gerda S., uma ex-colega de trabalho.
Após longos interrogatórios desde sua
detenção, Fritzl confessou o sequestro, as relações incestuosas das
quais nasceram sete filhos e a eliminação do corpo de um bebê morto
pouco depois do nascimento.
Se a acusação de homicídio por
negligência for mantida pela morte deste bebê, ele pode ser
condenado à prisão perpétua. Os sequestros e estupros são passíveis
de penas de até 15 anos de prisão.
Trabalho
Nos anos 60, ele trabalhou pelo
gigante da siderurgia Voest na Áustria, que o contratou, segundo a
imprensa, apesar de uma pena de prisão por tentativa de estupro.
Proprietário de vários apartamentos,
que alugava, Fritzl também teve um restaurante nos anos 70. O
estabelecimento foi destruído pelas chamas, e ele foi condenado por
incêndio voluntário e fraude do seguro.
Desde então, esta condenação e a
precedente foram eliminadas de sua ficha, que estava limpa em 1994,
ano em que as autoridades de Amstetten permitiram a adoção de seu
primeiro "neto".
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Fonte:
folha.uol.com.br
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