A seleção de Zinédine
Zidane, Laurent Blanc, Didier Deschamps e Fabien Barthez foi a
responsável pela evolução ao conquistar a Copa do Mundo da FIFA
1998, algo que a geração anterior não conseguira. Anos antes, Michel
Platini, Alain Giresse, Luiz Fernandez e Jean Tigana haviam liderado
o país em campanhas históricas, mas que se encerraram nas semifinais
tanto na Espanha 1982 como no México 1986.
Apesar da queda de
produção entre 2002 e 2006, a França voltou a mostrar força e por
pouco não conquistou o bicampeonato na Alemanha, perdendo o título
para a Itália na decisão por pênaltis. Mesmo sem contar com Zidane
desde o fim daquela Copa, o país não perdeu a condição de potência
mundial graças à constante revelação de jogadores -como os casos
mais recentes de Franck Ribéry, Karim Benzema e Yohann Gourcuff.
O
caminho rumo à África do Sul
A classificação foi sofrida. Assim, os jogadores e torcedores não
esconderam a felicidade pela vaga garantida na África do Sul 2010.
Na partida de volta da repescagem das eliminatórias europeias contra
a Irlanda, a França teve trabalho, mas conseguiu o empate em 1 a 1
no segundo tempo da prorrogação. O jogo, aliás, foi um bom resumo do
caminho complicado que o país enfrentou no Grupo 7 da fase de
classificação. Nele, a seleção foi superada pela Sérvia, encontrou
grande resistência de Romênia e Lituânia e ainda decepcionou com uma
atuação pífia na derrota por 3 a 1 para Áustria.
Pressionados, os jogadores comandados por Raymond Domenech ao menos
responderam com personalidade e conseguiram um empate heróico com a
Sérvia em 1 a 1 após saírem atrás no placar e terem o goleiro Hugo
Lloris expulso logo no início. Na sequência, garantiram o segundo
lugar da chave com uma goleada sobre as Ilhas Faroe (5 a 0) e com a
revanche contra a Áustria (3 a 1). Após a dura campanha, os
pessimistas se uniram para reclamar da falta de objetividade da
equipe e para fazer previsões nebulosas para o Mundial africano. Já
os otimistas preferiram exaltar a forma pela qual a vaga foi obtida,
lembrando que nas eliminatórias para 2006 ela também veio com
sacrifício. Naquela ocasião, o desempenho na Copa do Mundo da FIFA
acabou apagando o drama enfrentado anteriormente.
O técnico
Desde que assumiu o comando da seleção, Raymond Domenech nunca
alcançou a unanimidade entre os torcedores franceses. Exaltado pela
facilidade em se comunicar com os jogadores, ele foi criticado
exatamente por não conseguir unir o grupo na decepcionante
participação na Euro 2008. Apesar de nunca ter conquistado um
título, Domenech já é o treinador que mais tempo passou no comando
da seleção francesa, com o segundo lugar na Copa do Mundo da FIFA
Alemanha 2006 como ponto alto de uma carreira marcada pela rápida
ascensão.
Depois de treinar Mulhouse e Lyon, ele seguiu diretamente ao comando
das categorias de base da França antes de chegar à equipe principal.
Como jogador, Domenech foi um zagueiro de bom nível e se destacou ao
conquistar títulos nacionais com Strasbourg (1979) e Bordeaux
(1984), duas Copas da França com Lyon (1973) e Paris Saint Germain
(1982). Domenech chegou a disputar oito partidas pela seleção na
década de 1970.
As estrelas
Entre 2006 e 2008, a seleção da França viu mais uma leva de craques
da geração de 1998 se despedir ou dos gramados, ou da equipe
nacional. Mas as saídas de Zinédine Zidane, Fabien Barthez, Claude
Makelélé e Lilian Thuram foram compensadas com a ascensão de outros
jogadores capazes de comandar o grupo. Com Patrick Vieira
constantemente lesionado, Thierry Henry, último
herói da conquista do Mundial, herdou a braçadeira de capitão. Já
William Gallas se firmou como pilar da defesa,
enquanto Jérémy Toulalan e Lassana Diarra
se tornaram indispensáveis no meio-campo. A revelação de
Yoann Gourcuff, o talento de Franck Ribéry
e a volta por cima de Nicolas Anelka deram mais
opções ofensivas a Raymond Domenech. No setor, o treinador ainda
pode contar com nomes como Karin Benzema,
André-Pierre Gignac, Florent Malouda e até
com o ascendente Loïc Remy.
Participação anterior
Doze participações, duas finais e um título. Na mais importante
competição do futebol mundial, a França aparece sempre como uma das
maiores candidatas. Antes da "era de ouro" de 1998, o país já havia
alcançado o terceiro lugar em duas ocasiões, em 1958 e 1986, além de
uma quarta posição em 1982.
Números
>> 1 título da Copa do Mundo da FIFA (1998)
>> 2 títulos da Copa das Confederações da FIFA (2001 e 2003)
>> 2 títulos da UEFA Euro (1984 e 2000)
O que eles disseram:
"O objetivo era a classificação. Sabíamos que não seria fácil, mas
nunca duvidei da possibilidade. Há dois anos vínhamos sofrendo, mas
ninguém nunca deixou de acreditar e havia motivos para isso.
Conseguimos com garra o direito de participar de um evento
excepcional que é a Copa do Mundo da África do Sul."
Raymond Domenech, treinador da França