O
caminho à África do Sul
Sem brilho, mas com a eficiência de sempre, a Itália encerrou a
campanha no Grupo 8 como líder invicta. Em dez jogos, obteve sete
vitórias e três empates, com 18 gols marcados e sete sofridos.
A Azzurra
assumiu a liderança já na primeira rodada, ao vencer Chipre por 2 a
1. A partir daí, não deixou mais o topo da chave. No entanto, da
mesma forma que em 1982 e 2006, só confirmou a classificação na
penúltima partida das eliminatórias. Coincidência ou não, o país se
sagrou campeão do mundo nas duas oportunidades.
Alberto Gilardino foi o artilheiro italiano com quatro gols, três
deles marcados em menos de 15 minutos na suada vitória de virada
contra Chipre, por 3 a 2, na última rodada.
As estrelas
Considerado há anos um dos melhores goleiros do mundo — se não o
melhor —, Gianluigi Buffon segue aos 31 anos como
um dos pilares da defesa italiana. A espetacular defesa de reflexo
após a cabeçada de Zinédine Zidane já na prorrogação da final da
Copa do Mundo da FIFA 2006 ilustra bem o talento deste excepcional e
regular jogador.
Outra peça
fundamental da defesa é o capitão Fabio Cannavaro,
vencedor do prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo em 2006. Aos
36 anos, ele é uma referência para os companheiros pelo ótimo
posicionamento dentro da área e pela experiência de 130 partidas
pela seleção.
O incansável Gennaro Gattuso, de 31 anos, é o motor
do meio-campo e um dos melhores ladrões de bola da Azzurra.
Um jogador polivalente, cuja vontade de vencer contagia a equipe.
O técnico
Aos 61 anos, Marcello Lippi é um técnico experiente e hábil
estrategista. A prova veio na Copa do Mundo da FIFA Alemanha 2006,
em que cinco dos 12 gols da campanha do tetracampeonato mundial
foram marcados por jogadores que iniciaram as partidas no banco.
Entre os maiores feitos da carreira de Lippi está o recorde de 31
partidas consecutivas sem derrota com a seleção. Após conquistar
praticamente todos os títulos mais importantes, o treinador decidiu
encerrar a passagem pela equipe nacional em alta, com a taça na
Alemanha 2006.
Mas, depois da decepcionante participação da Itália na Euro 2008,
Lippi aceitou o desafio de substituir Roberto Donadoni e voltou ao
comando. Rapidamente, ele reconstituiu a defesa, remodelou o meio de
campo e testou diversos novos atacantes, utilizando 36 jogadores ao
longo das eliminatórias. Cannavaro e o lateral Gianluca Zambrotta
foram os que mais estiveram presentes, com 810 minutos cada.
Participação anterior
Os italianos só não participaram de duas das 18 edições da Copa do
Mundo da FIFA. No entanto, apenas em 1958 o país não superou as
Eliminatórias; antes, em 1930, a Itália não se inscreveu na
competição. A sala de troféus é ampla, com quatro conquistas
mundiais em 1934, 1938, 1982 e 2006. Além disso, a Azzurra
foi vice-campeã em 1970 e 1994 e terceira colocada em 1990.
Números
>> Campeã da Copa do Mundo da FIFA em 1934, 1938, 1982 e 2006
>> Campeã da
UEFA Euro em 1968
>> Campeã do
Torneio Olímpico de Futebol Masculino em 1936
O que eles disseram:
"Nenhuma seleção é superior à Itália. Não quero dizer que somos
melhores que os outros, mas posso afirmar que não somos inferiores a
ninguém."
Marcello Lippi, técnico da Itália.