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Israel diz que ativistas eram terroristas

O ministério das Relações Exteriores de Israel compilou uma nota tentando justificar o ataque do Exército israelense contra a "Frota da Liberdade" na madrugada desta segunda-feira (31), que matou ao menos dez ativistas do comboio de seis navios que entregariam ajuda humanitária à Gaza.

Traduzido para várias línguas e divulgado pelas embaixadas israelenses ao redor do mundo, o documento visa conter a rejeição da comunidade internacional ao ataque, julgado como "desproporcional".

O governo afirma que os tripulantes das seis embarcações não eram ativistas e sim terroristas. Para embasar sua defesa, o ministério das Relações Exteriores publicou vídeos que mostrariam como os tripulantes tentaram atacar os soldados.

Segundo a nota o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, "os membros da embarcação não estavam em missão de paz e são, na verdade, terroristas que atacaram os militares das FDI [Forças de Defesa de Israel] quando estes abordaram a embarcação que se dirigia à faixa de Gaza".

Ainda de acordo com o comunicado, as tropas israelenses teriam tentado "dialogar e alcançar um entendimento com os organizadores da frota.

O comunicado lembra ainda que "todas as solicitações de Israel ao Hamas para que fosse autorizada a entrada da Cruz Vermelha na faixa de Gaza, com o fim de visitar e atender o soldado israelense sequestrado, Gilad Shalit, foram negadas".

Para o governo israelense a tentativa do comboio humanitário de furar o bloqueio à faixa de Gaza e entregar suprimentos à região foi uma "violência pré-planejada pelo grupo que atacou as FDI e Israel não permitirá qualquer ofensiva ao seu Estado por parte de grupos terroristas ou seus apoiadores".

Al Qaeda

Para o vice-chanceler israelense, Daniel Ayalon, a missão do comboio tratava-se de uma "armada de ódio e violência em apoio à organização terrorista Hamas, uma provocação premeditada e ultrajante".

Na nota, Ayalon indica que os organizadores da frota são bem conhecidos por suas ligações com o Jihad, Al Qaeda e o Hamas, tendo em sua trajetória um histórico de contrabando de armas e outros materiais bélicos.

Ayalon informou ainda que "a bordo do navio, foram encontradas armas que estavam preparadas com antecedência e usadas contra as FDI. A intenção dos organizadores era a utilização de métodos violentos e, infelizmente, houve fortes resultados".

O vice-chanceler complementou que caso a frota tivesse fins pacíficos, "os organizadores teriam aceitado a oferta israelense em realizar a entrega dos materiais através dos canais apropriados, como a ONU ou a Cruz Vermelha".

Para o governo de Israel o real objetivo do grupo era romper o bloqueio marítimo à Gaza, que é, segundo Jerusalém, "legal e justificado, levando em consideração o terror imposto pelo Hamas em Gaza".

"Permitir que esses navios entrassem de forma ilegal no território teria aberto um corredor de contrabando de armas e terroristas na faixa de Gaza, resultando em morte de milhares de civis e a disseminação da violência em toda a área", diz a nota.

De acordo com o governo de Israel, o Exército apenas "impôs o seu direito", após os ativistas não desistirem de furar o bloqueio marítimo na região.

"Nenhum país soberano iria tolerar este tipo de violência contra sua população civil, contra a sua soberania, contra a lei internacional. Israel lamenta pelas vítimas e informa que foram usadas todas as opções e alternativas para evitar esta situação", conclui a nota.

Vídeos

Tentando justificar sua posição, o governo israelense anexou à nota eletrônica links para vídeos e documentos que supostamente "evidenciariam" que os tripulantes das embarcações eram terroristas dispostos a atacar o país.

Neste vídeo um soldado israelense seria agredido pelos ativistas com um pé de cabra. E neste outro vídeo os ativistas supostamente "usariam de violência" contra os soldados de Israel.

A nota faz alusão ainda a um documento que apontaria ligações do grupo IHH (Insani Yardim Vakfi, IHH, "Fundo de Ajuda Humanitária") com os grupos terroristas Hamas, Irmandade Mulçumana e Al Qaeda.

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Fonte

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