Traduzido para várias línguas e
divulgado pelas embaixadas israelenses ao redor do mundo, o
documento visa conter a rejeição da comunidade internacional ao
ataque, julgado como "desproporcional".
O governo afirma que os tripulantes
das seis embarcações não eram ativistas e sim terroristas. Para
embasar sua defesa, o ministério das Relações Exteriores publicou
vídeos que mostrariam como os tripulantes tentaram atacar os
soldados.
Segundo a nota o chanceler
israelense, Avigdor Lieberman, "os membros da embarcação não estavam
em missão de paz e são, na verdade, terroristas que atacaram os
militares das FDI [Forças de Defesa de Israel] quando estes
abordaram a embarcação que se dirigia à faixa de Gaza".
Ainda de acordo com o comunicado, as
tropas israelenses teriam tentado "dialogar e alcançar um
entendimento com os organizadores da frota.
O comunicado lembra ainda que "todas
as solicitações de Israel ao Hamas para que fosse autorizada a
entrada da Cruz Vermelha na faixa de Gaza, com o fim de visitar e
atender o soldado israelense sequestrado, Gilad Shalit, foram
negadas".
Para o governo israelense a tentativa
do comboio humanitário de furar o bloqueio à faixa de Gaza e
entregar suprimentos à região foi uma "violência pré-planejada pelo
grupo que atacou as FDI e Israel não permitirá qualquer ofensiva ao
seu Estado por parte de grupos terroristas ou seus apoiadores".
Al Qaeda
Para o vice-chanceler israelense,
Daniel Ayalon, a missão do comboio tratava-se de uma "armada de ódio
e violência em apoio à organização terrorista Hamas, uma provocação
premeditada e ultrajante".
Na nota, Ayalon indica que os
organizadores da frota são bem conhecidos por suas ligações com o
Jihad, Al Qaeda e o Hamas, tendo em sua trajetória um histórico de
contrabando de armas e outros materiais bélicos.
Ayalon informou ainda que "a bordo do
navio, foram encontradas armas que estavam preparadas com
antecedência e usadas contra as FDI. A intenção dos organizadores
era a utilização de métodos violentos e, infelizmente, houve fortes
resultados".
O vice-chanceler complementou que
caso a frota tivesse fins pacíficos, "os organizadores teriam
aceitado a oferta israelense em realizar a entrega dos materiais
através dos canais apropriados, como a ONU ou a Cruz Vermelha".
Para o governo de Israel o real
objetivo do grupo era romper o bloqueio marítimo à Gaza, que é,
segundo Jerusalém, "legal e justificado, levando em consideração o
terror imposto pelo Hamas em Gaza".
"Permitir que esses navios entrassem
de forma ilegal no território teria aberto um corredor de
contrabando de armas e terroristas na faixa de Gaza, resultando em
morte de milhares de civis e a disseminação da violência em toda a
área", diz a nota.
De acordo com o governo de Israel, o
Exército apenas "impôs o seu direito", após os ativistas não
desistirem de furar o bloqueio marítimo na região.
"Nenhum país soberano iria tolerar
este tipo de violência contra sua população civil, contra a sua
soberania, contra a lei internacional. Israel lamenta pelas vítimas
e informa que foram usadas todas as opções e alternativas para
evitar esta situação", conclui a nota.
Vídeos
Tentando justificar sua posição, o
governo israelense anexou à nota eletrônica links para vídeos e
documentos que supostamente "evidenciariam" que os tripulantes das
embarcações eram terroristas dispostos a atacar o país.
Neste
vídeo um soldado israelense seria agredido pelos ativistas com
um pé de cabra. E neste outro
vídeo os ativistas supostamente "usariam de violência" contra os
soldados de Israel.
A nota faz alusão ainda a um
documento que apontaria ligações do grupo IHH (Insani Yardim Vakfi,
IHH, "Fundo de Ajuda Humanitária") com os grupos terroristas Hamas,
Irmandade Mulçumana e Al Qaeda.