Maradona conta com
vários remanescentes do grupo que chegou às quartas-de-final na
Alemanha 2006. Além disso, tem o craque Lionel Messi como titular.
Os demais jogadores que formam o plantel argentino conquistaram
diversos títulos nas categorias de base, mas ainda esperam um
triunfo com a seleção principal, que não conquista nada desde a Copa
América de 1993 — uma dívida que certamente tentarão saldar no ano
que vem.
O
caminho à África do Sul
A última classificação argentina foi angustiante e eletrizante,
assim como aconteceu em 1985, às vésperas do título conquistado no
México. A Argentina começou a campanha sob a direção do técnico
Alfio Basile, que deixou o cargo após a derrota para o Chile na
décima rodada. Com Maradona no comando, o país terminou na quarta
posição graças a vitórias apertadíssimas contra Peru e Uruguai nos
dois últimos jogos.
Com oito vitórias,
quatro empates e seis derrotas, a seleção argentina somou 28 pontos
— o menor número desde que o sistema atual foi adotado nas
eliminatórias sul-americanas, em 1994. A campanha registrou algumas
marcas negativas, como a primeira derrota para os chilenos em
Santiago, a goleada de 6 a 1 sofrida contra a Bolívia e a segunda
derrota para o Brasil dentro de casa na história da competição. Mas
nem tudo foi ruim. Vale destacar alguns momentos emocionantes, como
o gol salvador de Martín Palermo contra o Peru e a valente e
decisiva vitória obtida no Estádio Centenário diante do Uruguai.
Os principais jogadores
Como poucas vezes em anos recentes, as esperanças dos argentinos
estão depositadas sobre a capacidade de um jogador em particular:
Lionel Messi. Maior destaque do Barcelona, o craque
é considerado por muitos o maior jogador do mundo e, se por um lado
ainda não estourou com a camisa da seleção, por outro se espera dele
uma grande atuação na Copa do Mundo da FIFA 2010. Junto com Messi
estarão Javier Mascherano, capitão e líder do
meio-campo, e o experiente Juan Sebastián Verón,
que tenta uma volta por cima depois das críticas recebidas na Coreia/Japão
2002.
O técnico
Visto por muita gente como o melhor jogador que já pisou nos
gramados, Diego Armando Maradona tem diante de si a chance de se
consagrar como técnico da mesma forma que o fez nos tempos de
atleta. Incisivo, impulsivo e vencedor, Maradona mantém o mesmo
espírito que demonstrou durante toda a carreira e tentará transmitir
a sua experiência para um grupo que o admirava como jogador até
pouco tempo atrás.
Maradona teve
rápidas passagens como técnico pelo Mandiyú de Corrientes, em 1994,
e pelo Racing Club de Avellaneda, em 1995, mas acabou voltando aos
campos como jogador. Agora, o ídolo tentará levar a Argentina de
volta ao topo do futebol mundial. O primeiro passo já foi dado, com
a classificação. A etapa seguinte, como mostra a história, ele
conhece melhor do que ninguém.
Participação anterior
A Albiceleste disputou
quatro finais da Copa do Mundo da FIFA: bateu a Holanda em 1978 e a
Alemanha em 1986, mas perdeu para os uruguaios em 1930 e para os
alemães em 1990. A edição da África do Sul 2010 será a 15ª
participação dos bicampeões mundiais no torneio, e a décima
consecutiva. Esta será também a quinta vez que Diego Maradona estará
na Copa do Mundo da FIFA. Como jogador, o craque disputou as edições
de 1982, 1986, 1990 e 1994.
Números
>> Campeã da Copa do Mundo da FIFA em
1978 e 1986
>> Campeã do
Torneio Olímpico de Futebol Masculino em 2004 e 2008
O que eles disseram:
"Digo aos meus jogadores que 30 dias de sacrifício para beijar a
taça não é nada na vida de um homem. Conseguir isso é tocar o céu
com as mãos. Participei de Copas do Mundo e cheguei a duas finais.
Sei como fazer, como orientar o grupo e como treinar os jogadores.
Tenho crédito para falar do tema. Não cheguei em oitavo, nono, nem
fui eliminado na primeira fase. De alguma coisa eu entendo."
Diego Maradona, técnico da Argentina.