Diferentemente de quatro
anos atrás, quando se classificou pela Oceania depois de uma
repescagem dramática contra o Uruguai, a preparação dos australianos
desta vez foi bem diferente, com uma longa campanha de um lado a
outro da Ásia.
O
caminho à África do Sul
Os australianos impressionaram nas 14 partidas das Eliminatórias
asiáticas, superando algumas das melhores seleções do continente e
terminando no topo do Grupo 1. O país se tornou, assim, um dos
primeiros a garantir vaga na África do Sul 2010. A Austrália também
terminou em primeiro na fase anterior, à frente do Catar, da China e
do campeão asiático Iraque, apesar de perder jogos para os dois
últimos. A etapa final foi um triunfo da astúcia tática de Pim
Verbeek: os australianos permaneceram invictos por oito partidas,
totalizando cinco pontos a mais que o Japão e deixando Bahrein,
Catar e Uzebquistão para trás.
As
estrelas
Tim Cahill se tornou um talismã para a seleção
australiana, marcando muitos gols graças ao seu senso de
posicionamento e a uma excepcional habilidade no jogo aéreo.
Harry Kewell, do Galatasaray, proporciona uma fonte de
inspiração no lado esquerdo, enquanto Brett Emerton
tem um papel igualmente importante na lateral oposta. No meio-campo,
a subestimada dupla formada por Vince Grella e
Jason Culina mostra entrosamento e eficiência. O
atual plantel é famoso pelas habilidades defensivas, com destaque
para o zagueiro Lucas Neill e o goleiro
Mark Schwarzer. A Austrália levou apenas quatro gols nas
Eliminatórias, incluindo sete partidas seguidas sem tomar nenhum.
O técnico
Após um longo período como aprendiz de Guus Hiddink, Pim Verbeek
saiu da sombra do seu mentor para conduzir a Coreia do Sul à Copa
Asiática de Seleções de 2007 e depois assumir o comando da Austrália
em dezembro do mesmo ano, logo antes do início das Eliminatórias
para a Copa do Mundo da FIFA 2010. Verbeek trouxe um enfoque
pragmático para o selecionado, com base em uma defesa sólida, mas
também na habilidade de partir ao ataque pelos flancos. Extremamente
respeitado pelos jogadores, Verbeek infundiu um forte senso de
equipe em um grupo já motivado e concentrado.
Participação anterior
A Austrália apareceu no cenário mundial apenas duas vezes, mas agora
está compensando o tempo perdido com sua segunda classificação
consecutiva. Após a estreia em 1974, quando uma seleção de amadores
foi eliminada honrosamente na primeira fase, o país louco por
esportes teve de esperar mais 32 anos para um retorno à Copa do
Mundo da FIFA. A volta à Alemanha foi um sucesso, e a Austrália
terminou em segundo lugar no seu grupo, atrás somente do Brasil e à
frente de Croácia e Japão. A Itália precisou de um pênalti nos
acréscimos do confronto com os australianos nas oitavas-de-final
para prosseguir rumo ao título.
Números
>> O goleiro australiano Mark Schwarzer bateu um recorde nacional
quando a seleção se manteve sete jogos sem tomar gols nas
eliminatórias para Copa do Mundo da FIFA.
>> Brett Emerton e Tim Cahill dividiram a artilharia da seleção com
quatro gols cada.
O que eles disseram:
"Temos que chegar lá e ir melhor do que na última vez. Acho que você
precisa de objetivos na vida, e os jogadores têm que fazer o mesmo.
Queremos chegar mais longe do que fomos na última Copa do Mundo e
faremos o possível para alcançar essa meta."
Pim Verbeek, técnico da Austrália