Tendo em vista a
facilidade com que o Chile se classificou, as expectativas no país
são enormes. Principalmente depois das eliminatórias para a Coreia/Japão
2002 e Alemanha 2006, nas quais os chilenos ficaram em penúltimo e
depois em sétimo lugar. Os tempos mudaram e, já sem a famosa dupla
de atacantes, a seleção chilena está de cara nova e volta a sonhar
com uma atuação de destaque.
O
caminho à África do Sul
A seleção chilena assegurou uma vaga na África do Sul 2010 graças à
segunda colocação nas Eliminatórias, apenas um ponto atrás do
Brasil. A campanha do grupo de Bielsa, que teve a menor média de
idade da competição, foi a melhor na história do país desde que o
atual sistema de classificação foi adotado no continente. A passagem
foi carimbada com uma rodada de antecedência, no dia 10 de outubro
de 2009, quando os chilenos venceram a Colômbia por 4 a 2 e mais uma
vez mostraram a sua força fora de casa, condição em que somaram 16
dos seus 33 pontos.
Outra prova clara do bom
momento que atravessa o selecionado de Marcelo Bielsa é a
personalidade de sair para o ataque dentro e fora de casa. O Chile
teve o maior número de gols nas eliminatórias (32), venceu o maior
número de jogos (dez) e teve o artilheiro da competição, Humberto
Suazo, com dez gols.
As
estrelas
Em um grupo compacto e de inquestionável vocação ofensiva, é preciso
destacar o ataque chileno. É nesse setor que atuam Matías
Fernández, Alexis Sánchez e
Humberto Suazo, trio que fez os torcedores do Colo Colo
delirarem na temporada de 2006 e que agora abrilhanta o futebol em
diferentes latitudes. O dois primeiros pertencem a uma nova geração
de jogadores chilenos que foram levados ainda jovens para o Velho
Continente. Fernández é o cérebro da seleção, Sánchez é a explosão
pelas laterais e Suazo, mais experiente, o implacável artilheiro que
conclui as jogadas.
O técnico
É possível que o argentino Marcelo Bielsa seja lembrado pelos
torcedores como o treinador que dirigiu a seleção argentina
eliminada ainda na primeira fase da Copa do Mundo da FIFA Coreia/Japão
2002. Mas também é verdade que, à frente do Chile, o técnico tem uma
oportunidade histórica de dar a volta por cima.
Nascido em
Rosário no dia 21 de julho de 1995, Bielsa é chamado de "El Loco"
por causa do seu jeito particular de viver o futebol e recebe
reconhecimento assíduo de jogadores, colegas e jornalistas. Os
motivos são a seriedade, a dedicação e a ética que ele mostra na
hora de trabalhar. Apaixonado por tática e pelo futebol ofensivo,
este treinador que teve uma rápida passagem como jogador
profissional atingiu índices recordes de popularidade na sociedade
chilena, que sonha em tê-lo no comando da seleção por muito mais
tempo.
Participação anterior
>> Esta será a
oitava participação do Chile em uma Copa do Mundo da FIFA.
>> A melhor
atuação aconteceu em 1962, ano em que o país sediou a competição e
acabou em terceiro lugar.
>> Guillermo
Subiabre (1930), Leonel Ramírez (1962) e Marcelo Salas (1998) são os
maiores goleadores chilenos na Copa do Mundo da FIFA, com quatro
gols cada.
O que eles disseram:
"Não vejo esta oportunidade como uma chance de redimir o que
aconteceu comigo em 2002. Nenhuma alegria futura fará com que aquela
tristeza desapareça. Em uma Copa do Mundo, o mais importante é
atingir a forma ideal dos jogadores e isso passa por inúmeros
fatores. É possível administrar o desempenho de alguns, mas outros
são o resultado do que vivenciaram nos últimos dez meses. Tomara que
tudo aconteça de forma positiva para o Chile."
Marcelo Bielsa, técnico do Chile.