O
caminho à África do Sul
Depois de passar sem maiores
contratempos pela seleção de Belize na primeira fase
classificatória, a seleção mexicana se deparou com um complicado
grupo na etapa semifinal. Jamaica, Canadá e Honduras impuseram muito
mais resistência do que o esperado para a seleção até então dirigida
por Sven Göran Eriksson, que só se classificou graças ao saldo de
gols superior ao da seleção jamaicana.
A seleção do México
começou o hexagonal final da mesma forma irregular. Uma vitória
diante da Costa Rica por 2 a 0 e as derrotas nos Estados Unidos por
2 a 0 e em Honduras por 3 a 1 obrigaram os mexicanos a mudar de
curso. Depois de Eriksson, chegou Javier Aguirre, que já havia
comandado a seleção em circunstâncias semelhantes nas eliminatórias
para a Coreia/Japão 2002.
O treinador repetiu o milagre e, depois de perder em El Salvador por
2 a 1, transformou radicalmente a sorte mexicana. Vitórias
consecutivas diante de Trinidad e Tobago (2 a 1), Estados Unidos (1
a 0), Costa Rica (3 a 0), Honduras (1 a 0) e El Salvador (4 a 1)
confirmaram a classificação ainda antes do empate em 2 a 2 na última
rodada diante de Trinidad e Tobago, resultado que garantiu o segundo
lugar do certame.
As estrelas
Se um jogador tem a maior responsabilidade do selecionado,
ele é Cuauhtémoc Blanco. O veterano voltou à
seleção pelas mãos de Javier Aguirre e se transformou em um símbolo
da renovação mexicana. Ao seu lado floresceram jovens como
Guillermo Ochoa, Efraín Juárez,
Andrés Guardado e Giovani dos Santos, que,
junto com o capitão Rafael Márquez, serão a base da
seleção mexicana para África do Sul 2010.
O técnico
Javier Aguirre é o técnico mexicano mais vitorioso dos
últimos anos. Depois de ser campeão nacional com o até então
desconhecido Pachuca em 1999, o treinador assumiu a seleção mexicana
em uma situação desesperadora nas eliminatórias para a Coreia/Japão
2002. O técnico não só conseguiu classificar o país, como o levou às
oitavas-de-final da competição depois de cair em um grupo com
Itália, Irlanda e Equador. Depois da competição, classificou o
Osasuna para a Liga dos Campeões da UEFA na temporada 2005-2006.
Após aquele feito, esteve no comando do Atlético de Madri, acabando
em quarto na temporada 2007-2008 do Campeonato Espanhol. No início
de 2009, Aguirre voltou a treinar a seleção mexicana em um novo
momento de crise. Depois de ter salvado o país pela segunda vez,
agora se prepara para seguir fazendo história na Copa do Mundo FIFA
África do Sul 2010.
Participação anterior
>> A seleção do
México se classificou para 14 edições da Copa do Mundo da FIFA: mais
do que qualquer outro país da CONCACAF.
>> A melhor
posição alcançada pela seleção mexicana em uma Copa do Mundo da FIFA
foi o sexto lugar alcançado nas duas edições que o país organizou,
em 1970 e 1986.
>> A África do
Sul 2010 será a quinta participação consecutiva dos mexicanos. Nas
últimas quatro, eles foram eliminados nas oitavas-de-final.
Números
>> Sob o comando
de Javier Aguirre, a seleção do México conseguiu a impressionante
marca de 12 partidas de invencibilidade, interrompida com a derrota
de 2 a 1 para a Colômbia em um amistoso no qual foram utilizados
somente jogadores que atuavam no país.
>> O plantel
mexicano que garantiu a classificação para a Copa do Mundo da FIFA
2010 contou com quatro jogadores que ganharam a Copa do Mundo Sub-17
da FIFA Peru 2005: Giovani dos Santos, Carlos Vela, Efraín Juárez e
Héctor Moreno.
>> Nenhum
jogador mexicano esteve entre os 20 maiores goleadores das
eliminatórias da CONCACAF. Porém, 18 mexicanos marcaram pelo menos
um gol durante a competição.
O que eles disseram
"Estou tranquilo. Sempre que cumpro com o objetivo para o
qual fui contratado fico com a sensação de não ter decepcionado as
pessoas que confiaram em mim. Estou contente e orgulhoso. Quando
cheguei estávamos em quinto lugar e a nove pontos do líder. Agora
estamos na Copa do Mundo."
Javier Aguirre, treinador da seleção do México, depois de obter o
segundo lugar nas eliminatórias da CONCACAF