A campanha nas eliminatórias não foi
das mais animadoras. Em 18 jogos, foram seis vitórias, seis empates
e seis derrotas, além das duas partidas da repescagem contra os
costarriquenhos (1 a 0 fora de casa e 1 a 1 em Montevidéu). O
técnico Oscar Tabárez enfrenta as críticas dos torcedores, mas
dificilmente será substituído até a Copa.
No papel, porém, o Uruguai tem um time de qualidade, com jogadores
rodados e festejados em todo o mundo. É o caso do artilheiro Diego
Forlán, do Atlético de Madri. O problema é que o jogador, que
recebeu duas vezes chuteira de ouro como maior goleador da Europa,
não consegue repetir na seleção as atuações que tem clube madrilenho.
Além dele, o atacante Luis Suárez preza de algum prestígio junto à
torcida, mas não atravessa boa fase. No banco, Sebástian ‘El Loco’
Abreu costuma entrar e fazer alguns gols, como o do empate contra a
Costa Rica.
Curiosidades
- A cerimônia de abertura da Copa de
1930 não aconteceu antes do primeiro jogo, mas antes de Uruguai x
Peru, nona partida do torneio. Foi a primeira partida no estádio
Centenário, cujas obras não haviam sido concluídas a tempo da
primeira rodada;
- O atacante uruguaio Castro, da Copa de 30, não tinha a mão
direita. Por isso, recebeu o apelido de “El Manco”. Ele marcou,
contra o Peru, o primeiro gol do estádio Centenário e ainda fez o
quarto - e último - do Uruguai na final contra a Argentina;
- O estádio Centenário recebeu esse nome porque em 1930 foi
comemorado o 100º aniversário da Independência do Uruguai;
- Na Copa seguinte, em 1934, o Uruguai, campeão da edição anterior,
não defendeu seu título por ressentimento dos europeus, que não
haviam prestigiado a Copa de 1930;
- Fez a semifinal da Copa de 70 contra o Brasil. Vitória brasileira
por 3 a 1
Para a Copa de 1958, Schiaffino e Ghiggia, campeões em 1950,
deixaram a seleção uruguaia para defender a Itália. Mesmo assim, a
Azzurra passou pela Irlanda do Norte nas eliminatórias.
Por dentro do país
“Aqui as pessoas creem. Foi uma
alegria pela classificação. Mas são duas coisas diferentes. Euforia
pela classificação e confiança na equipe. O Uruguai não teve uma
partida realmente boa durante as eliminatórias. Mesmo em casa. Não
estou falando contra Argentina e Brasil. Jogando no Centenário,
contra a Venezuela, foram muito mal. Foi uma alegria pela
classificação, mas no fundo pensam que não vão muito longe. Forlán
foi bem na última partida, mas antes não vinha bem. Ele rende de
forma diferente na seleção do que no Atlético de Madri. No clube,
ele domina a bola perto da área, chuta e termina em gol. Na seleção,
o chute termina na arquibancada. Como ele, existem outros. Suárez,
por exemplo. Na Holanda, ele faz muitos gols. Mas contra a Costa
Rica, foi mal. Diego Pérez, volante, tem sido o jogador mais
constante da equipe. Um outro problema é no gol. Começamos com
Carini, que não foi bem. O mesmo com Castillo e com o Viera, que
teve uma falha incrível contra o Brasil. Agora, chegou o Nestor
Muslera, que passou mais tranquilidade à equipe. Houve uma pressão
para tirar o Tabárez do comando, mas não vai acontecer até a Copa."
Raúl Tavani, repórter do
jornal "El País"