Quatro anos depois de
serem eliminados pelas Ilhas Salomão, os neozelandeses venceram a
Copa das Nações da Oceania e garantiram assim a vaga na Copa das
Confederações da FIFA 2009, onde tiveram uma apresentação
respeitável após a estreia fraca diante da campeã europeia Espanha.
A dramática vitória sobre o Bahrein na decisão da vaga para a África
do Sul 2010 uniu o país do rúgbi em torno da seleção de futebol como
nunca antes na história, resultando no recorde de público nacional
para o jogo decisivo na capital Wellington.
O
caminho à África do Sul
A Nova Zelândia venceu os cinco primeiros jogos do seu grupo nas
eliminatórias da Oceania e conquistou o inquestionável primeiro
lugar. A derrota para Fiji aconteceu sem a maioria dos jogadores que
vinham ocupando a titularidade e não teve maiores consequências.
Depois disso veio a espera de 11 meses até o confronto decisivo
diante do quinto colocado da Ásia. O Bahrein havia eliminado a
Arábia Saudita e conquistado a vaga na repescagem, fase na qual fora
eliminado por Trinidad e Tobago quatro anos antes. Sob um calor
exaustivo, os neozelandeses lutaram bravamente durante os primeiros
90 minutos e seguraram um empate sem gols em Manama. O jogo de volta
foi disputado com muita tensão e a seleção da casa conseguiu o gol
da vitória no último minuto do primeiro tempo, numa cabeçada de Rory
Fallon. O representante asiático ainda teve a chance de empatar com
um pênalti marcado aos cinco minutos da segunda etapa, mas quem se
consagrou foi o goleiro Mark Paston, que certamente será lembrado
por sua defesa decisiva.
As
estrelas
O capitão e zagueiro central Ryan Nelsen é sem
sombra de dúvidas o nome de maior destaque e com mais credenciais do
elenco. O jogador é presença constante nos jogos do Blackburn da
Inglaterra há vários anos, sendo o único neozelandês a atingir tal
longevidade na Premier League. Os All Whites, como são
conhecidos, contam com diversas opções no ataque também,
começando pelo produtivo Shane Smeltz. O atacante
foi considerado o Jogador do Ano da Oceania, além de ter sido o
artilheiro do Campeonato Australiano, a A-League. A sua principal
característica é a qualidade na finalização, enquanto o jovem e alto
Chris Wood se destaca ao lado de Rory
Fallon no jogo aéreo.
O técnico
Ricki Herbert é um dos maiores nomes do futebol neozelandês e marcou
época no grupo que disputou o Mundial de 1982, tornando-se mais
tarde o primeiro jogador do país a atuar na Inglaterra, defendendo o
Wolverhampton. Alguns anos depois de assumir o comando da seleção
nacional, em 2005, Herbert passou a treinar também o Wellington
Phoenix, clube neozelandês que disputa a A-League. Visto com bons
olhos tanto no país quanto na vizinha Austrália, o treinador
transformou os All Whites em um time muito regular e
homogêneo.
Participação anterior
O país participou apenas uma vez do maior evento do futebol mundial,
quando se classificou para a Espanha 1982, naquela que seria
considerada uma das maiores conquistas do esporte nacional. A
seleção obteve resultados impressionantes contra Austrália, Arábia
Saudita e China, chegando à marca de 15 jogos disputados nas
eliminatórias, um recorde na época. Contando com o jovem Wynton
Rufer, que viria a ser o jogador neozelandês mais conhecido atuando
fora do país, os All Whites perderam os três jogos no
Mundial, o que não desmereceu a participação do país, que enfrentou
as fortes seleções do Brasil, União Soviética e Escócia.
Números
>> Ricki Herbert poderá chegar à rara marca de ter participado das
duas únicas edições da Copa do Mundo da FIFA nas quais o seu país
esteve presente, sendo uma vez como jogador e a outra como técnico.
>> A Nova Zelândia é o segundo país da Confederação de Futebol da
Oceania (OFC) seguido a se classificar para a Copa do Mundo da FIFA,
sendo que a Austrália foi o representante de 2006.
O que eles disseram:
"O grupo deu tudo de si em quatro anos de comprometimento total. Nós
estamos de volta, estamos lá. África do Sul, aqui vamos nós."
Ricki Herbert, técnico da Nova Zelândia