A atual seleção
paraguaia demonstra a sua habitual força defensiva, mas tem a
vantagem de contar com jogadores potentes e habilidosos no ataque,
capazes de ameaçar qualquer defesa. Esta pode ser a maior diferença
entre este grupo e aquele que não passou da primeira fase na
Alemanha 2006. Vários jogadores que sofreram aquele revés parecem
ter aprendido a lição e estão prontos para se vingarem em solo
sul-africano.
O
caminho à África do Sul
Pela primeira vez desde que o atual sistema de pontos corridos foi
adotado, o Paraguai conseguiu superar a barreira dos 30 pontos.
Foram 33, conseguidos com dez vitórias (somente igualadas pelo
Chile), três empates e apenas cinco derrotas. A confirmação da
classificação chegou em 9 de setembro de 2009, quando os paraguaios
derrotaram a Argentina por 1 a 0 na 16ª rodada em Assunção. A festa
foi tamanha que o presidente Fernando Lugo decretou feriado nacional
em comemoração.
O ponto alto da campanha
foi a verdadeira fortaleza estabelecida no Estádio Defensores del
Chaco, onde o Paraguai venceu sete partidas. Como visitante, a
seleção paraguaia só perdeu três jogos e conquistou 12 pontos, o que
demonstra a sua personalidade para encarar confrontos difíceis fora
de casa. Sem dúvida, é um sinal de alerta para os rivais na África
do Sul 2010.
As
estrelas
O selecionado paraguaio conta com jogadores de renome internacional
que jogam, em sua maioria, em clubes do México e da Europa. Apesar
de o elenco contar com jogadores de destaque em todas as posições,
os nomes de peso estão no ataque - e isso apesar do triste incidente
envolvendo Salvador Cabañas. Roque Santa Cruz ficou
fora de boa parte das partidas das Eliminatórias, mas é um dos
atacantes mais importantes do conjunto guarani. Mas não é o único:
Nelson Haedo Valdez e Óscar Cardozo
também têm desandado a marcar gols no futebol europeu e
esperam fazer o mesmo na África do Sul.
O técnico
Nascido em 20 de novembro de 1962 em Rosário, Gerardo Martino é um
dos muitos treinadores argentinos que vêm se destacando no futebol
sul-americano. O "Tata", um talentoso meia ofensivo na
década de 1990, começou a carreira como técnico em 1998 à frente de
clubes pequenos no futebol argentino. Já em 2002, ele desembarcou no
Paraguai, onde dirigiu o Cerro Porteño e o Libertad, clube com o
qual alcançou os maiores sucessos.
Muitas vezes comparado ao mentor Marcelo
Bielsa, Martino teve um merecido prêmio em 2006 ao receber uma
oferta para substituir Aníbal Ruiz à frente da seleção paraguaia. E
ele não decepcionou: com um trabalho sério, responsável e discreto,
o país conquistou a melhor classificação da sua história.
Participação anterior
>> A África do
Sul 2010 é a oitava participação do Paraguai em uma Copa do Mundo da
FIFA e a quarta consecutiva.
>> O Paraguai
nunca ganhou duas partidas em uma mesma edição, nem conseguiu passar
das oitavas-de-final da competição.
>> Nas participações anteriores na Copa do Mundo da FIFA, o Paraguai
acumulou seis vitórias, sete empates e nove derrotas.
O que eles disseram:
"O segredo da nossa classificação esteve no trabalho silencioso e
responsável dos jogadores e de todos os profissionais em torno da
seleção. Se não tivéssemos atingido o objetivo, como fizeram os
treinadores anteriores, teríamos entrado na história paraguaia de
forma negativa. Quem comanda uma seleção o faz por dois motivos:
durar no cargo ou entrar para a história. Escolho a segunda opção."
Gerardo Martino, técnico do Paraguai